Friday, 30 December 2022

Rua Nova da Trindade

A Rua Nova da Trindade de hoje [rasgada em 1836 após demolição do antigo Convento da Trindade], no lanço do Chiado até aqui defronte do Teatro [do Gimnásio], do lado da bilheteira, chamava-se — recorda o ilustre Norberto de Araújo — , Rua Tv. do Secretário da Guerra; esse troço corresponde ao antigo, que se prolongou até S. Roque, abrindo-se a Rua Nova da Trindade (1836). [...]
Por aqui erguiam-se vários palácios, de que hoje não há vestígios; o Terramoto no Carmo e na Trindade, como nas Pedras Negras, para não falar na Baixa, rasoirou tudo, nivelou, terraplanou, depois de haver reduzido a cisco riquezas e curiosidades.
(ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa», vol. VI, p. 70, 1938)

Rua Nova da Trindade [c. 1900]
À esquerda, a seguir ao estaminé «Depósito de Vinhos», vêem-se as fachadas do «Teatro do Gymnasio (1846)» e do «Teatro da Trindade (1867)», respectivamente; à direita, a Travessa da Trindade e, encimando a imagem,
 nota-se o Palácio Trindade.
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente
Nota(s): Esta foto encontra-se, errada e incompetentemente, catalogada no abandalhado amL como Rua da Oliveira ao Carmo.

Sunday, 25 December 2022

Iluminações de Natal: Rua Áurea

O plano de Eugénio dos Santos e Carlos Mardel de reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755, aprovado pelo Marquês de Pombal, apresentava uma rede de ruas longitudinais e transversais, cortadas em ângulos rectos, cuja importância relativa era traduzida pela largura das suas ruas e passeios.
Cinco anos passados do terrível terramoto de 1755, ficaram definidos através deste decreto os topónimos dos arruamentos nucleares daquela a que se convencionou chamar Baixa Pombalina. Era então presidente da câmara Gaspar Ferreira Aranha.

Iluminações de Natal |1960|
Rua Áurea vista da Pç. do Comércio vulgo Terreiro do Paço. O topónimo Rua Áurea foi atribuído através do Decreto de 05/11/1760. 
Arnaldo Madureira, in Lisboa de Antigamente

Rua Áurea, onde se alojariam os ourives, ficando as lojas que por ventura sobrassem para os relojoeiros e para os volanteiros [aqueles que vendiam artigos variados]. A primeira vez, depois do decreto de 1760, que vemos citá-la com o nome oficial é em 1766, tendo-se também denominado entre o povo e por hábito antigo, rua dos Ourives do Ouro e simplesmente rua dos Ourives. Em determinada altura do século pretérito [XIX] passaram a designá-la por rua do Ouro e assim continuou a ser nomeada até hoje. [Macedo: 1938]

Iluminações de Natal |1977|
O topónimo Rua Áurea foi atribuído através do Decreto de 05/11/1760. 
Gonçalves, F., in Lisboa de Antigamente

Saturday, 24 December 2022

Iluminações de Natal: Rua do Carmo

Esta rua teve pelo menos duas denominações anteriores, segundo Luís Pastor de Macedo uma delas seria a Calçada do Rubim: “...onde era esta calçada? Depois acrescenta que a viu mencionada no Almanaque de Lisboa de 1800. Podemos dizer onde era: nos limites das freguesias do Sacramento e da Conceição Nova; e podemos dizer que nome tem hoje: Rua do Carmo.”. Norberto de Araújo na obra “Peregrinações em Lisboa”, faz menção à Rua do Carmo que deve o seu nome ao Convento de Nossa Senhora do Carmo situado nas proximidades: “...Rua do Carmo que principiou por se chamar Rua Nova do Carmo, artéria rasgada depois do Terramoto de 1755 na encosta conventual, e que não corresponde a qualquer serventia antes existente.”.

Iluminações de Natal |1961|
Rua do Carmo
Arnaldo Madureira, in Lisboa de Antigamente

Friday, 23 December 2022

Iluminações de Natal - Avenida da Igreja

O topónimo Rua Acácio de Paiva foi atribuído pela Câmara Municipal de Lisboa, por Edital datado de 25/01/1950, à Rua 21 do Sítio de Alvalade.

Acácio Sampaio Teles de Paiva, escritor e jornalista, nasceu em Leiria em 1863 e faleceu a 29/11/1944.
Seguiu a carreira de aspirante das Alfândegas, paralelamente à sua paixão pelas “letras”, tendo chegado à chefia dos serviços das Alfândegas de Lisboa. Deixou um legado de milhares de poesias, dispersas pelas colunas de jornais e revistas, para além de ter escrito para o teatro.


Iluminações de Natal |1960|
Avenida da Igreja, junto à Rua Acácio de Paiva
Arnaldo Madureira, in Lisboa de Antigamente

Sunday, 18 December 2022

Sítio do Convento da Encarnação

No Largo do Convento da Encarnação, à esquina do antigo Beco das Cruzes, hoje Travessa de Sant'ana, — que desce até às Escadinhas da Barroca — existe uma peque na casa, cheia de pitoresco, das mais antigas desta área de Sant'ana. É o prédio n.º 1 do Largo. Tem uma configuração quase pura de setecentos, gracioso na sua fachada, escada exterior, conjunto e até na cor de que se deixou revestir.
Não é uma ruína: é uma reminiscência» — recorda Norberto de Araújo, que desde o início nos tem acompanhado nesta peregrinação.

Sítio do Convento da Encarnação [c. 1940]
Casa setecentista no Largo do Convento da Encarnação esquina com a
Travessa de Sant'Ana (antigo Beco das Cruzes); Largo do Convento da Encarnação (dir.).
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente

Acusa um toque do final do século do terramoto e retoques posteriores, mas na sua harmonia, e até mesmo na tessitura, é um documento de raro pitoresco de Lisboa, de que os aguarelistas ainda se não lembraram.==

Sítio do Convento da Encarnação [1903]
«Casinha setecentista de um pitoresco inverosímil, milagre de arquitectura ingénua e popular»
no Largo do Convento da Encarnação esquina com a Travessa de Sant'Ana (antigo Beco das Cruzes).
Machado & Souza, in Lisboa de Antigamente

Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de Araújo, Legendas de Lisboa, pp. 60-61, 1943.
Olisipo: boletim do Grupo "Amigos de Lisboa", vol.17, 1954.

Friday, 16 December 2022

Escadinhas da Barroca

Denominação bastante antiga e decerto anterior ao ano de 1634 no qual a encontramos pela primeira vez nos registos paroquiais, que, por sua vez não vão além de 1633. Primeiramente vemos ser esta serventia apontada sem qualquer qualificação: «...moradores moradores á barrocha...» (liv. 1.º dos óbitos, fl. 32), mas em 1646 já vemos a «rua das barrochas» (idem, fl. 237 v.) e por fim (1669) rua da Barroca. Para se diferençar o local, de outros denominados pela mesma forma, era frequente designá-lo por «Barroca do Rocio».

Escadinhas da Barroca [1945]
Ligam o Largo de São Domingos à Travessa de Travessa de Sant'Ana que se nota encimando
a foto e que era contituida antigamente pela R. da Barroca e pelo Beco das Cruzes.
Fernando Martinez Pozal, in Lisboa de Antigamente

Depois do terramoto vemos aparecer a «rua das Escadas do Largo da Rellação» (1775) e depois as escadinhas da Barroca ou as escadinhas da Barroca do Rossio (1791) e também a calçada da Barroca ou a calçadinha da Barroca (1817/27), sem que chegássemos a apurar se escadinhas e calçada eram qualificativos da mesma serventia, coino aliás supomos que sim.==

Escadinhas da Barroca [1945]
Inicio do arruamento visto do Pátio do Salema.
Fernando Martinez Pozal, in Lisboa de Antigamente

Bibliografia
Macedo, Luiz de, Crítica, Correcções e Aditamentos: À obra “Lisboa do Meu Tempo e do Passado – do Rossio à Rotunda” do Sr. João Paulo Freire (Mário), 1933.

Sunday, 11 December 2022

Travessa do Alecrim que foi do «Cataquefarás»

E o enigmático Cata-que-farás, de que já nos fala Fernão Lopes, que ficava não longe do actual Cais do Sodré, e que uma das nossas municipalidades ineptamente transformou em Travessa do Alecrim? Cata-que-farás seria porventura um prolóquio, uma sentença, um velho rifão equivalente a: Procura que hás de acharProssegue que hás de conseguir — Trabalha que hás de vencer: conselho dado talvez aos mareantes e navegadores, que por ali embarcavam durante toda a época áurea das navegações, dos descobrimentos e das conquistas? Cata-que-farás era decerto na sua ingenuidade rude um enérgico repelão, uma sacudidela salutar na mandrieira nacional... E os marinheiros que partiam iriam dali cantando:

«Partimos de Portugal
Catar cura a nosso mal»
.
(in Embrechados por António Maria José de Melo César e Meneses Sabugosa)

 

Travessa do Alecrim, perspectiva tomada da  R. das Flores para a R. do Alecrim [1945]
O topónimo Travessa do Alecrim foi atribuído pela CML, através do Edital de 31/12/1885, à antiga Travessa do Cata-que-farás, a qual fora denominada até 1882 Travessa do Catefaraz. 
Fernando Martinez Pozal, in Lisboa de Antigamente

Como curiosidade transcreve-se um anúncio publicado, em 1820, na velha Gazeta de Lisboa, o primeiro jornal oficial português: 
«Carlos Baker annuncia ao Publico que elle he o unico Agente no meado por Day e Martins de Londres, para vender em Lisboa, a verdadeira graxa para çapatos e botas, descoberta feita por elles; para venda e fabrico da qual se lhe concedeo Privilegio Privativo, e que daqui em diante quem a quizer comprar genuina e livre de duvida, ha de achalla no seu Escriptorio na travessa de Cátefaraz N.° 3, tendo eada botija hum bilhete na rolha com o letreiro seguinte, Charles Baker, travessa de Catefaraz N.º 3 entre a rua das Flores e a rua do Alecrim».

Travessa do Alecrim [1947]
Frades de pedra junto à Rua do Alecrim
Fernando Martinez Pozal, in Lisboa de Antigamente

Friday, 9 December 2022

Ermida de N. S. da Vitória

A ermida de Nossa Senhora da Vitória avulta entre dois prédios da rua da Vitória, na parte situada entre as ruas do Ouro e do Crucifixo, e está orientada ao Sul. O acesso ao templo faz-se por seis degraus que terminam em patamar formando um pequeno adro.


A actual ermida da Vitória foi construída entre 1765 e 1824 [atribuído o risco ao Arquitecto José Monteiro de Carvalho] para substituir a antiga, quinhentista, que se levantava, com o hospício anexo de Santana dos Caldeireiros, na Caldeiraria, onde hoje se cruzam as ruas do Ouro e da Assunção. Devia-se a uma recolhida, cega, desse hospício, devota daquela invocação, que introduziu o culto da Senhora da Vitória na capelinha do recolhimento então administrado pelo Hospital Real de Todos-os-Santos. A ermida fora edificada em 1556 passando a sua mantença à Irmandade dos Caldeireiros.

Ermida de Nossa Senhora da Vitória [1944]
Rua da Vitória
A Fachada, de um só corpo, ladeado por quatro pilastras, portas a par duas a duas, às quais
serve de remate a arquitrave, coroada de acrotérios flamejantes e frontão com tímpano, e nele
óculo iluminante.
J. C. Alvarez, in Lisboa de Antigamente

Foi inteiramente destruída pelo Terramoto. No final do século XIX entraram a administrá-la os representantes da antiga confraria dos Ourives, cuja capela da invocação de Santo Elói e da Senhora da Assunção (1697} queimada em 1755, se transportara para a rua da Prata (n.ºˢ 139-141) e acabara por desaparecer.
Em virtude da venda e demolição da igreja da Conceição Nova instalaram-se (a partir de 1951) os serviços paroquiais na ermida da Vitória.

Ermida de Nossa Senhora da Vitória [194-]
Rua da Vitória
Assinala-se o portal com moldura de cantaria e ática ornamentada. Por cima janelão com
ática, decorado com um vitral moderno.
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente

Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Inventário de Lisboa: Monumentos histórico, 1956.

Sunday, 4 December 2022

Praça de São Paulo

Segundo o olisipógrafo Norberto de Araújo, o sítio de São Paulo «Foi de seu princípio ribeirinho, sítio mercadejador, piedoso e turbulento. É coevo do Cata-que-farás e dos Remolares, vizinho actual da Ribeira Nova. [...] Remonta ao quinhentismo, extramuros. Em 1550 não contava como freguesia; existia como formigueiro de mareantes. [...]


Em 1742 começa a designação de Bairro dos Remolares, e nele estão S. Paulo e Mártires; em 1820 subsiste o bairro dos Remolares com a freguesia de S . Paulo. E faz agora [em 1939] aproximadamente um século que S. Paulo pertencia ao bairro do Rossio, para em 1852 pertencer a Alcântara.

Praça de São Paulo, poente [entre 1901 e 1910]
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente

As voltas que a divisão administrativa dá! Finalmente, em 1867, é freguesia civil independente, com três paróquias eclesiásticas: S. Paulo, Mercês e Santa Catarina, para em 1885 deixar de ser a sede civil, que passou para Santa Catarina. Hoje é a freguesia civil do Marquês de Pombal [actualmente pertence à freg. da Misericórdia], qualificação post-República, por ter sido o Marquês quem reconstruiu o bairro, e nele foi importante senhorio. [Araújo; XIII, 1939]

Praça de São Paulo, sul [1935-03-13]
Chafariz de São Paulo
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente 

Friday, 2 December 2022

Loja das Meias

A Casa das Meias, n.ºˢ 1 a 3. do Rossio, e n.ºˢ 291 a 295 da Rua Augusta pertencia como Loja de Modas, fundada em 1846, a Joaquim António Vieira — diz Norberto de Araújo; em 1903 foi herdada por quatro empregados, dos quais um abandonou o estabelecimento, dois morreram, ficando apenas como proprietário Francis Pedro Rodrigues da Costa. 

Loja das Meias [post. 1938]
Rua Augusta; Praça Dom Pedro IV (Rossio)
Estúdio Horácio Novais,, in Lisboa de Antigamente

O negócio das meias data de 1904, remodelando-se nesse ano o aspecto da casa. Em 1930-31, e em 1938, realizaram-se obras de modernização luxuosas, sob o risco do arquitecto Raúl Lino. É o mais «parisiense» dos estabelecimentos do Rossio.==
(ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XII, p. 73, 1939)

Loja das Meias [c. 1970]
Rua Augusta; Praça Dom Pedro IV (Rossio)
Perspectiva tirada da Rua da Betesga
Artur Pastor, in Lisboa de Antigamente

Sunday, 27 November 2022

Palácios da Cruz de Santa Apolónia: Palácio Veloso-Rebelo e Palácio Mascarenhas

Pois estamos no alto da Calçada de Santa Apolónia; sai-nos, agora, à esquerda, a velha Rua da Cruz de Santa Apolónia, que leva à Rua do Mirante — diz Norberto de Araújo.
A Rua da Cruz de Santa Apolónia conheceu outras designações, como R. Nova Cruz (1741), R. da Cruz a Vale de Cavalinhos (1753), R. Direita da Cruz do Vale de Santo António (1762), R. de Vasco Lourenço (1768) e R. Direita da Cruz. 
No inicio desta velha artéria lisboeta, em posição sobranceira à orla ribeirinha do Tejo, encontramos, do lado nascente, o Palácio Veloso-Rebelo, depois Fábrica de Tabacos (actualmente ocupado pela G.N.R,) e, mais acima, a poente, implantado em zona de meia-encosta, em terraço — o Palácio Mascarenhas.

Cç.  de Santa Apolónia e R. da Cruz de Santa Apolónia (dir.) [post. 1902]
À dir., entre os n.ˢˢ 18 e 32, nota-se parcialmente o Palácio Veloso-Rebelo e, encimando a foto, vê o muro em semi-círculo do Palácio Mascarenhas.
Paulo Guedes, in Lisboa de Antigamente

Palácio mandado construir cerca de 1724 por Vasco Lourenço Veloso, administrador geral dos portos secos do reino e da Real Fábrica das Sedas. Com o seu falecimento, em 1770, os seus bens e o palácio passam para a posse de seu filho, Tomás Rebelo Veloso Palhares. Ostentando no pórtico as pedras de armas dos Veloso-Rebelo, o edifício serviu, na segunda metade do séc. XIX (c. 1830), de sede à Fábrica de Tabacos ''A Lisbonense'', propriedade de João Paulo Cordeiro. Em 1891, com a fundação da Companhia dos Tabacos de Portugal, as instalações da fábrica antiga sofreram uma remodelação e ampliação.

 Palácio Veloso-Rebelo [c. 1940]
Rua da Cruz de Santa Apolónia, 
18-32 
Portal em cantaria sobrepujado por janela de sacada e superiormente rematada por frontão curvo interrompido por pedra de armas dos Rebelos Velosos.
Paulo Guedes, in Lisboa de Antigamente

Palácio do séc. XVI com o topo nascente em pavilhão dentro do pátio, mandado construir por Manuel Quaresma Barreto, Vedor da Fazenda do rei D. Sebastião, passando a mesma, a quando do seu falecimento, para a posse da sua segunda filha D. Bárbara, casada com D. Rodrigo Lobo, 5º barão de Alvito; nos séculos. XVII e XVIII a casa de Santa Apolónia encontra-se quase sempre arrendada, uma vez que não é mais do que uma residência secundária para os barões de Alvito, normalmente residentes no seu palácio no Largo do Conde-Barão, igualmente proveniente da herança dos Quaresma; em 1875, o 4º marquês de Alvito vende o palácio  ao lavrador do Ribatejo, José Palha Blanco. Em 1918 foi adquirido por D. Maria José Sobreira Zuzarte de Mascarenhas, tendo permanecido na família largos anos. Por aqui passou, durante cerca de vinte e cinco anos, no primeiro quartel do séc. XX, o Instituto de Higiene do Professor Dr. Ricardo Jorge e, depois, pelo Observatório Europeu de Drogas e Toxicodependências. É ocupado presentemente pela AML (Área Metropolitana de Lisboa).

Rua da Cruz de Santa Apolónia [1926]
Palácio Veloso-Rebelo na esquina com Calçada dos Barbadinhos. Ao fundo, nos n.ˢˢ 23 e 25, observa-se parte do Palácio Mascarenhas.
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente

N.B. A Calçada de Santa Apolónia, que hoje vemos a ligar a Rua de Santa Apolónia à Rua da Bica do Sapato, deriva o seu topónimo do Convento de Santa Apolónia naquela zona erguido na segunda metade do séc. XVII, embora este hagiotopónimo fosse ali já habitual graças à Ermida de Santa Apolónia que existiu pelo menos desde 1552.
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Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XV, p. 21, 1939.
monumentos.pt.

Friday, 25 November 2022

Palacete Vale Flor

O Prémio Valmor de 1928 coube ao Palacete Vale Flor na Calçada de Santo Amaro, 83-85, projectado pelo arqº Pardal Monteiro sendo a Sociedade Agrícola Vale Flor sua proprietária. Era uma habitação isolada, de estrutura ainda bastante clássica. O júri recomendou a moradia com jardim como um “modelo de um género de construções que muito conviria desenvolver nas encostas de Lisboa, para interromper com manchas de verdura a monotonia do casario banal e para multiplicar os terraços de onde se possam desfrutar os incomparáveis panoramas da cidade”. Foi demolido em 1953.

Palacete Vale Flor |c. 1952|
Prémio Valmor de 1928
Calçada de Santo Amaro, 83-85
Sequeira, Gustavo de Matos,  in Lisboa de Antigamente 

Sunday, 20 November 2022

Miradouro de Santa Luzia: panorâmica sobre o Tejo e Santo Estêvão

Mas retomemos a jornada, deixando ao alto, a dois passos, as Portas do Sol e as venerandas torres e muralha moura, sobre a qual assenta o miradouro de Santa Luzia. É esta uma das entradas «turísticas» da Alfama. Eis-nos, Dilecto, no Miradouro de Santa Luzia, ou Jardim de Júlio Castilho —  nota Norberto de Araújo.. Tira o teu chapéu, que eu trago já o meu na mão: estamos diante do busto do Mestre infatigável e iluminado da "Lisboa Antiga" e de ”A Ribeira de Lisboa", generoso precursor dos estudos olisiponenses.¹

Miradouro de Santa Luzia, panorâmica sobre o Tejo e Santo Estêvão [1929-73-03]
Construção do monumento a Júlio Castilho, inaugurado em 25 de Julho de 1929.
Fotógrafo: não identificado, in Lisboa de Antigamente 

Dificilmente um miradouro teria nome mais apropriado. A Santa protectora dos olhos dá aos olhos dos que a visitam um dos mais belos panoramas de Lisboa. Porque em Santa Luzia estamos perto de tudo, dos telhados, dos quintais. do rio, dos barcos. E estamos ao mesmo tempo diante da imensidão do mar da Palha, com Palmela, Arrábida e Sesimbra como pano de fundo.
Nos detalhados azulejos deste miradouro podemos também ver representações da Praça do Comércio antes do terramoto de 1755 e também do ataque cristão ao Castelo de S. Jorge. Também se destaca aqui o busto de Júlio de Castilho, em homenagem ao famoso olisipógrafo, iniciativa da vereação de Quirino da Fonseca, inaugurado em 1929.²

Miradouro de Santa Luzia, panorâmica sobre o Tejo e Santo Estêvão [1929-73-03]
Jardim e Monumento a Júlio Castilho, inaugurado em 25 de Julho de 1929.
Fotógrafo: não identificado, in Lisboa de Antigamente 

Bibliografia
¹ ARAUJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. II, p. 69, 1938.
² ADRAGÃO, José Victor; PINTO (Natália); RASQUILHO, Rui, Lisboa, 1985.

Friday, 18 November 2022

Rua Carlos Mardel

Arquitecto e engenheiro húngaro - Károly Martell, em 1695? e falecido em 1763, veio para Portugal em 1733. O primeiro trabalho a que se dedicou foi o Aqueduto das Águas Livres. Foi o responsável pelo projecto do reservatório das Amoreiras, conhecido por Casa das Águas, e pelo traçado do aqueduto desde o vale de Alcântara até à Mãe d'Água. 

Rua Carlos Mardel [c. 1940]
Cruzamento com a Rua Morais Soares; perspectiva tirada da Rua Francisco Sanches; esta foi uma das novas ruas (1929) da urbanização do Estado Novo na zona que vai do Mercado do Bairro dos Actores ao Areeiro
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente 

Foi um dos principais arquitectos da reconstrução capital após o terramoto de 1755. Teve também responsabilidade em outras obras, nomeadamente Chafariz da Esperança e da Rua Formosa, convento de S. Domingos, Colégio dos Nobres, palácio Pombal de Oeiras.

Rua Carlos Mardel [1960]
Esquina com a Alameda Dom Afonso Henriques. Dístico atribuído em 1929 ao antes «prolongamento da Rua Francisco Sanches»
Arnaldo Madureira, in Lisboa de Antigamente 

Sunday, 13 November 2022

Rua de S. Bento, 22

Vamos entrar na Rua de S. Bento — diz Norberto de Araújo — , que bem corrida dá pelo menos dez tostões por dia. Isto dizia-se há cinquenta anos acerca dos mendigos de profissão; tão comprida é a rua que, com método e paciência, um «pobre», começando cedo, e recolhendo um óbolo de de cinco réis em cada uma das duzentas portas onde batesse, ganhava a sua jorna.
(ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XI, p. 32, 1939)

Rua de S. Bento, 22 [1960]
Perto do Poço dos Negros
Arnaldo Madureira, in Lisboa de Antigamente
Nota(s): o local da foto não está identificado no abandalhado amL.

Saturday, 12 November 2022

Panorâmica da Praça do Comércio

De «espalmadeiro» — estaleiro no qual se querenavam naus nos séculos XIV e XV — a Terreiro do Paço da Ribeira d'el rei D. Manuel no séc. XVI, até Praça do Comércio, em homenagem aos comerciantes de Lisboa, pela mão de Pombal e Eugénio dos Santos no séc. XVIII, a parque de estacionamento em meados do séc. XX. 

Praça do Comércio, panorâmica do parque de estacionamento [ant. 1960]
Salvador Fernandes, in Lisboa de Antigamente

Historial resumido da Praça do Cavalo Preto ou «Black Horse Square» como dizem os ingleses, talvez, a mais imponente praça pública da Europa [Araújo, XII, 1939].

Praça do Comércio, panorâmica do parque de estacionamento [ant. 1960]
Monumento a D. José I; Estação Fluvial do Sul e Sueste
Luís Filipe de Aboim, in Lisboa de Antigamente

Sunday, 6 November 2022

Mercados do Bairro de Alvalade: Ruas Luís Augusto Palmeirim e José Duro

Mercados que funcionam ao ar livre, sendo o sombreamento conseguido à custa de chapéus-de-sol. As bancas são montadas e desmontadas todos os dias (daí advém a designação de mercado de levante).
Luís Augusto Xavier Palmeirim (1825-1893) que trabalhou no Ministério das Obras Públicas e a partir de 1878 foi director do Conservatório de Lisboa, pertenceu à nova geração romântica do «Trovador» como poeta ultra-romântico. As suas principais obras são «Poesias» (1851), «O Sapateiro de Escada» (1856), «Como se Sobe ao Poder» (1856), «A Domadora de Feras» (1857), «Portugal e os seus Detractores» (1877), «Poesia Popular nos Campos» (1878), «Galeria de Figuras Portuguesas» (1879), «Os Excêntricos do Meu Tempo» (1891).
 
Rua Luís Augusto Palmeirim [c. 1950]
Antiga Rua 12 do Sítio de Alvalade (até 1950)
Mercado de levante; ao fundo a Rua José Duro onde se situa o Mercado de Alvalade-Norte [vd. 2.ª imagem]
J. C. Alvarez, in Lisboa de Antigamente
Nota(s): para não variar, o local da foto está, erradamente, identificado no arquivo como «Mercado de levante de Alvalade Sul, inaugurado no bairro de Alvalade, Rua Antero de Figueiredo)

Com a legenda «Poeta/1875-1899», esta artéria homenageia José António Duro (1875-1899) que publicou o folhetim de versos «Flores» (1896) e o volume de poemas «Fel» (1898), o qual vale como documento humano de um jovem minado desde a adolescência pela tuberculose que vitimou o autor ainda enquanto aluno da Escola Politécnica. 

Rua José Duro [c. 1950]
Antiga Rua 12 do Sítio de Alvalade (até 1950)
Ao fundo, à dir., nota-se o Mercado de Alvalade Norte
Horácio Novais, in Lisboa de Antigamente

Saturday, 5 November 2022

Estr. de Chelas

À origem fabulosa de Chelas associaram o nome de Aquiles (Achiles), o herói grego, que por ali teria estado escondido, disfarçado de mulher, entre as vestais de um templo (depois convento de Chelas). Presume-se que esta lenda tivesse sido forjada a a partir do topónimo Achellis que é, de facto, mencionado na documentação mais antiga (sécs. XII e XIII).
Entretanto, não há certezas quanto ao verdadeiro significado da palavra Chelas. Alguns atribuem-lhe uma etimologia latina (planella chaela = pequena planície) a qual não se coaduna com a orografia do lugar.

Estr. de Chelas, S-N [c. 1910]
Viaduto Ferroviário de Chelas (junto à Calçada da Picheleira)
Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente

Outros, dizem que tem a mesma origem que as palavras «shell» (ingl) e «schale» (al.), derivando de um radical comum com o significado de concha. Esta hipótese é mais sugestiva porque, na realidade, em todo o vale de Chelas e nas encostas (até ao Alto das Conchas!) se encontram numerosos concheiros fósseis que ficaram como vestígios de há muitos milhões de anos, quando por aí penetrava um golfo marinho."
(Pelas Freguesias de Lisboa, CML: Pelouro da Educação, 1993)

Estr. de Chelas, 113-127, S-N [c. 1966]
Viaduto Ferroviário de Chelas e Palácio do Lavrado, construído na segunda metade do século XVIII, característico dos palácios de veraneio, terá pertencido aos condes de Vimioso.
João Goulart, in Lisboa de Antigamente

Sunday, 30 October 2022

Ruas do Capelão e da Guia

A «rua do Capelão» já existia nos meados do séc. XVI. Segundo Gomes de Brito (Ruas de Lisboa, I, p. 106), «antes de 1712 (data do 3° vol. da Coreografia Portuguesa) era chamada, ou conhecida, pela designação de «Rua Çuja»... Mantém o nome por que já era conhecida no séc. XVI, que seria o oficial. Rua Suja (como parece ter sido a opinião de Gomes de Brito) seria designação popular, dada a má fama do local. Do Capelão porque nela teria residido o capelão dos Mouros de Lisboa. O último foi Mafamede Láparo. Perto estava a Mesquita Grande de Lisboa.

Ruas do Capelão e da Guia; à dir., o Beco dos Três Engenhos [c. 1900]
A Severa cantava e batia o fado na taberna da Rosária dos óculos, que ficava no topo da Rua do Capelão, na chamada casa de pedra.
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente

Entrando na Guia — recorda o ilustre Norberto de Araújo — estamos em plenas betesgas da Mouraria; como observas, o pitoresco que por aqui existe está revestido de negrume e seria forçado classificar isto de interessante: andares de ressalto, casas baixas, sombrias, viveiros de gente pobre.
Desapareceu há anos o aspecto sórdido de «má vida», que por aí abaixo se prolongava até à grande artéria da Rua da Mouraria, onde se desafogava de «fado » reles a ignominiosa « Rua Suja» do século passado.

Largo (e casa) da Severa e Rua do Capelão [c. 1900]
N.B. A edilidade lisboeta consagrou na toponímia de Lisboa a fadista Severa,
usando para o efeito um troço da Rua do Capelão, compreendido entre
o Beco do Forno e a Rua da Guia — Largo da Severa — onde ela morara, conforme se comprova
no edital municipal de 18 de Dezembro de 1989.
José A. Bárcia, in Lisboa de Antigamente

Friday, 28 October 2022

Avenida 24 de Julho: Feira de Santos

A Avenida 24 de Julho recorda as lutas travadas entre liberais e absolutistas e, concretamente, a data de 24 de Julho de 1833 em que o Duque de Terceira e as suas tropas, depois de atravessarem o Tejo entram em Lisboa e, proclamam a vitória dos liberais sobre os miguelistas. Esta expedição quebrara o cerco do Porto para desembarcar no Algarve, atravessou o Alentejo, venceu os miguelistas em Almada e rumou à capital.

Avenida Vinte e Quatro de Julho |1915|
Feira de Santos, antiga Barraca das Farturas 
Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente

Sunday, 2 October 2022

Rua Dr. Almeida Amaral que foi de Rilhafoles

Eis a entrada do Manicómio de Bombarda com seu gradeamento de portão d rua e o seu pátio trivial de ingresso — lembra Norberto de Araújo.
O Hospital Psiquiátrico Miguel Bombarda, recentemente encerrado (designado Hospital de Rilhafoles (ou dos Alienados) até 1911) foi o terceiro grande hospital a ser fundado em Portugal, com 300 camas, em 1848 (a seguir aos Hospitais de Todos-os-Santos / S.José, em Lisboa, e ao Hospital de Sto. António, no Porto) e ficou instalado no vasto edifício da Congregação da Missão dos Padres de S. Vicente de Paulo, construído entre 1730 e 1750 na antiga Quinta de Rilhafoles, adquirida por aquela instituição religiosa em 1720.
Primeiro hospital psiquiátrico fundado no país, sempre assumiu uma posição inovadora na assistência e terapêuticas utilizadas, e nele foram directores a maioria das grandes figuras nesta área da saúde como Caetano Beirão, António Pulido, Guilherme Abrantes, Miguel Bombarda, Júlio de Matos, Sobral Cid, António Flores ou Eduardo Cortesão, e nele exerceram outros como Barahona Fernandes ou o neurologista Mark Athias, além do neuro-psiquiatra João Alfredo Lobo Antunes.

Rua Dr. Almeida Amaral |c. 1940|
À dir. um antigo palácio «uma das casas representativas do sítio, mas muito discreta, com seu ar nobre, fachada sóbria e jardins» [Araujo: 1938]
Á dir . da R. de Gomes Freire abre-se a rua da Cruz da Carreira, que comunica com a da Alameda, no ponto em que se eleva o Manicómio de Bombarda, mais conhecido por Hospital de Rilhafoles. [Guia de Portugal: 1924]
Horácio Novais, in Lisboa de Antigamente

Este arruamento era a Rua de Rilhafoles que passou a Rua da Alameda por edital de 18 de Dezembro de 1893. A Rua de Rilhafoles consta no Atlas da Carta Topográfica de Lisboa, 1858, o qual também menciona o Hospital de Rilhafoles e uma quinta com o mesmo nome. A toponímia do arruamento foi de novo alterada por edital de 12 de Agosto de 1982, passando a denominar-se Rua Dr. Almeida Amaral.

Manuel Almeida Amaral (1903-1960). que foi director do Hospital Miguel Bombarda, onde imprimiu profundas transformações que muito melhoraram as condições de hospitalização e tratamento dos doentes alienados. Doutorou-se na Faculdade de Medicina de Lisboa em 1944. 
Foi Presidente da Sociedade Portuguesa de Neurologia e Psiquiatria. [in Médicos na Toponímia de Lisboa]

Rua Dr. Almeida Amaral |1939|
Alameda (Rua da) - Esta via pública de Lisboa era denominada Rua de Rilhafoles,
anteriormente ao Edital de 18 de Dezembro de 1893, que lhe arranjou o pleonasmo
de que ficou padecendo. Já no «Itenerário Lisbonense», saído da Impressão Régia
em 1801, e á impresso por Ordem Superior, se lia: « Rilhafoles (Rua de): principia
ao lado oriental da Lameda de Santo Antonio dos Capuchos, e termina na Igreja
de Rilhafolles.» 
[Brito: 1935]
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente

Friday, 30 September 2022

Travessa da Pereira

A Travessa da Pereira, na freguesia da Graça, de acordo com o olisipógrafo Luís Pastor de Macedo («Lisboa de Lés-a-Lés», vol. IV) «Data dos fins do século XVIII (1799) e foi aberta na quinta do Alcaide Fidalgo.»
Ainda segundo Pastor de Macedo «aqui moraram e aqui faleceram o desembargador Luiz de Barbosa Mendonça e sua mulher D. Rosa Luíza de Barbosa Mendonça Pinto da Cunha (1824/25); aqui nasceu em 3 de Novembro de 1828 o actor Isidoro e aqui viveu, segundo parece, aí pelos meados do século passado [séc. XIX], o desequilibrado José Maria Leal de Gusmão, autor do poema Rei só Deus, e que foi um dos excêntricos relacionados por Luiz Augusto Palmeirim. A qualificação que primitivamente deram a esta serventia foi a de «rua». [cm-lisboa.pt]

Travessa da Pereira [1908]
Ao fundo, a Rua da Senhora da Glória.
Machado & Souza, in Lisboa de Antigamente

Sunday, 25 September 2022

Panorâmica sobre o Parque Eduardo VII e Rua Engenheiro Canto Resende

Era a 2ª transversal do Parque Eduardo VII, que liga a Avenida António Augusto de Aguiar à Avenida Sidónio Pais. Este topónimo resultou da aceitação de um pedido do Sindicato Nacional dos Engenheiros-Geógrafos, formulado por ofício datado de 18.09.1953 para ser atribuído «o nome do engenheiro-geógrafo Artur do Canto Resende — mártir da Pátria durante a ocupação japonesa de Timor —, a um arruamento da capital».

Panorâmica sobre o Parque Eduardo VII e Rua Engenheiro Canto Resende [c. 1960] 
O arruamento situado a norte do Parque Eduardo VII, entre a Avenida Sidónio Pais e a Rua Castilho. passou a ser designado Alameda Cardeal Cerejeira pelo edital de 14/04/1982.
Artur Pastor, in Lisboa de Antigamente
 
Artur do Canto e Castro Resende (1897-1945), licenciou-se em Matemática e em Engenharia Geográfica e foi para Timor em 1937 como membro da missão de estudos chefiada pelo coronel Jorge Castilho, local onde mais tarde veio a ser presidente da Câmara Municipal de Dili, pelo que quando os japoneses invadiram Timor foi deportado para Alor onde veio a falecer devido a grandes privações e foi assim considerado um das maiores figuras da resistência contra os japoneses.
Foi também adjunto da missão de demarcação da fronteira do sul de Angola com a União Sul-Africana (1930), da missão de revisão da fronteira entre os territórios da Companhia de Moçambique a Rodésia do Sul (1932). Foi condecorado com a Ordem Militar da Torre e Espada. [cm-lisboa.pt]

Alameda Cardeal Cerejeira [c. 1952] 
Ao fundo nota-se a Avenida Sidónio Pais com a Rua Engenheiro  Canto Resende
Em 1982, a Comissão Municipal de Toponímia de Lisboa deu parecer favorável à consagração do Cardeal Cerejeira no arruamento situado a norte do Parque Eduardo VII, por considerar «que mantém plena actualidade a ideia de se construir uma catedral no alto do Parque Eduardo VII, a Comissão é de parecer que o nome do Cardeal Cerejeira – percursor dessa ideia – fique perpetuado num arruamento das imediações».
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente

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