Mas retomemos a jornada, deixando ao alto, a dois passos, as Portas do Sol e as venerandas torres e muralha moura, sobre a qual assenta o miradouro de Santa Luzia. É esta uma das entradas «turísticas» da Alfama. Eis-nos, Dilecto, no Miradouro de Santa Luzia, ou Jardim de Júlio Castilho — nota Norberto de Araújo.. Tira o teu chapéu, que eu trago já o meu na mão: estamos diante do busto do Mestre infatigável e iluminado da "Lisboa Antiga" e de ”A Ribeira de Lisboa", generoso precursor dos estudos olisiponenses.¹
Dificilmente um miradouro teria nome mais apropriado. A Santa protectora dos olhos dá aos olhos dos que a visitam um dos mais belos panoramas de Lisboa. Porque em Santa Luzia estamos perto de tudo, dos telhados, dos quintais. do rio, dos barcos. E estamos ao mesmo tempo diante da imensidão do mar da Palha, com Palmela, Arrábida e Sesimbra como pano de fundo.
Nos detalhados azulejos deste miradouro podemos também ver representações da Praça do Comércio antes do terramoto de 1755 e também do ataque cristão ao Castelo de S. Jorge. Também se destaca aqui o busto de Júlio de Castilho, em homenagem ao famoso olisipógrafo, iniciativa da vereação de Quirino da Fonseca, inaugurado em 1929.²
Bibliografia
¹ ARAUJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. II, p. 69, 1938.
² ADRAGÃO, José Victor; PINTO (Natália); RASQUILHO, Rui, Lisboa, 1985.
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