Este Largo do Carmo — conforme descrito na publicação Olisipo: boletim do Grupo "Amigos de Lisboa" — foi diversamente nomeado no decorrer dos séculos:
Terreiro do Marquês — 1649
Terreiro do Bairro do Marquês — 1663
Largo do Marquês — 1671
Terreiro do Carmo — Princípios do Século XVIII
Adro do Carmo — Nalguns assentos paroquiais do princípio do Século XVIII.
Largo do Carmo — 1716
Esta designação de Largo do Carmo, aparecida em 1716, começa a fixar-se; depois, só em raras ocasiões reaparece o Adro. A nova sinonímia fixa-se, pois, quási definitivamente.
Largo do Carmo [entre 1903 e 1914]
Vendedor de galinhas Ao fundo vê-se a Rua da Oliveira ao Carmo e o edifício da «Ordem Terceira do Carmo» Charles Chusseau-Flaviensi, in Lisboa de Antigamente (*) O local não se encontra identificado pelo fotógrafo. |
Em 1787, já depois do Terramoto, aparecer-nos-á a Praça do Carmo. O dia da festa de Santo Alberto, a 7 de Agosto, era dia grande em todo o Bairro do Carmo. A relíquia do Santo, mergulhada na água que enchia talhas, quartas e potes, era depois distribuída ao povo, como febrífuga [que combate a febre] milagrosa. A distribuição desta água, primitivamente feita junto da capela de S. João Baptista, à entrada da porta principal do lado .direito do Templo do Carmo, passou a ser feita no Adro do Carmo, em virtude do pleito que ocasionou, estadeando-se no local uma verdadeira feira de vasilhas de barro ...
«com a nova relíquia sacrossantabanhada no cristal liquido e puro»
Largo do Carmo [entre 1903 e 1914]
Vendedor ambulante de legumes Ao fundo nota-se o antigo Palácio Valadares. Por aqui passaram várias instituições, como por exemplo: o Clube Lisbonense (1834 a 1880), local de diversão frequentado pela “fina flôr” de Lisboa, o Liceu Nacional, o Liceu do Carmo, a Escola Veiga Beirão e é hoje a Escola E.B. 2.3. Fernão Lopes. Charles Chusseau-Flaviens, in Lisboa de Antigamente (*) O local não se encontra identificado pelo fotógrafo. |
O Largo do Carmo é um local repleto de história. Exemplos disso são os dois prédios que se vêem à esquerda na 1ª. imagem. No primeiro, no nº 15, fica a casa onde se supõe ter nascido Camilo Castelo Branco a 16 de Março de 1825. Três portas mais adiante, no nº 18-1º Esqº, também por aqui terá vivido num quarto alugado — entre os anos de 1908 e 1912 — o enorme poeta e escritor, Fernando Pessoa.
Bibliografia
Olisipo: boletim do Grupo «Amigos de Lisboa», Vol. 83, 1946.
Olisipo: boletim do Grupo «Amigos de Lisboa», Vol. 83, 1946.
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