Saturday 13 February 2016

Rua da Conceição com a Rua Nova do Almada, junto à Igreja da Conceição Nova

A profissão de amolador terá sido introduzida em Portugal pelos galegos, na qual eram mestres. Percorriam as ruas de Lisboa com uma grande roda que tinha um mecanismo especial que lhes permitia afiar vários objectos: facas e tesouras (actividade que lhes deu o nome), colocando «gatos» (espécie de agrafos) em loiça partida, arranjando panelas e chapéus de chuva. O amolador fazia-se anunciar ao som da «gaita de porqueiro», uma variação da flauta de Pan, percorrendo a escala musical, do grave para o agudo e vice-versa, com uns floreados pelo meio.

Amolador |ant. 1909|
Rua da Conceição com a Rua Nova do Almada, vendo-se à direita a Igreja da Conceição Nova [1]
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente

[1] Até 1950, foi aqui que esteve a Igreja da Conceição Nova, construída em 1698 e restaurada depois do Terramoto de 1755, ficou concluída em 1794. O arquitecto da reconstrução foi Remígio Francisco de Abreu. Possuía um interior revestido de mármores, e tecto de madeira com pinturas de Pedro Alexandrino. O templo foi adquirido pela Caixa Geral de Depósitos à Irmandade do Santíssimo, celebrando-se a escritura em 28 de Dezembro de 1950, foi demolida para dar lugar ao prédio neo-pombalino (no quarteirão entre a Rua do Ouro e a Rua Nova do Almada) daquela instituição bancária.

Fachada da Igreja da Conceição |c. 1950|
Rua Nova do Almada com a Rua da Conceição
Mário Novais, in Lisboa de Antigamente

3 comments:

  1. I couldn't resist commenting. Very well written!

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  2. Muito bem escrito e bela foto! Agora, à esquina da Rua Nova do Almada está um café,com saída e entrada para os dois lados... é a vida que não para.Tantas vezes que eu percorri essas duas ruas, no tempo que aí trabalhei, como paquete,na Rua de São Nicolau (Barbearia Rosa de Maio), entre 1962/1967.A Rua do cruxifixo ali ao lado (um bocadinho mais à frente), cheia de restaurantes e tascas de Galegos; O Alvarez e o Paco e mais à frente o Palmeiras com aquele sotaque "galego" a pedirem os pratos à cozinha:Enfim, "recordar é viver".

    Um abraço
    Manuel Paula

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