Sunday, 16 March 2025

Rua dos Ourives da Prata

À rua que em 1755 subia do Largo do Pelourinho, e que então “trifurcava, depois de percorridos os seus quatrocentos e oitenta e quatro palmos”, nas ruas das Pedras Negras, da Correaria e do Arco de Nossa Senhora da Consolação, designava-se, então, de Rua dos Ourives da Prata

Assim descreve Luís Pastor de Macedo a rua que, por alvará de D. Manuel I, de 19 de Abril de 1514, relativo ao arruamento dos ofícios, estabelecia que do dia de São João em diante, passassem para a Rua Nova d’El Rei [actual R. do Comércio] os ourives do ouro, ficando a designada Rua da Ourivesaria à disposição dos “prateiros”, para nela abrirem as suas oficinas. 

Rua (dos Ourives da Prata) |séc. XIX|
Os «carros americanos» um dos mais famosos meios de transporte lisboetas. Mais confortáveis que os «Choras», serão substituídos gradualmente pelos carros eléctricos que a Carris começa a comprar durante a última década de oitocentos.
Emílio Biel, in Lisboa de Antigamente

Mais tarde, em 1551, de acordo com descrição de Cristóvão Rodrigues de Oliveira, surge esta rua já designada por Rua da Ourivesaria da Prata, ou, também, por Rua dos Ourives da Prata, nome apresentado por João Brandão em 15527, embora a antiga denominação de Rua da Ourivesaria perdurasse até finais do terceiro quartel do século XVI. 
A 20 de Fevereiro de 1588, uma provisão de Filipe I, relativa ao arrua- mento do ofício dos ourives da prata, refere que “os ourives morassem, e estivessem suas tendas no arruamento”, tendo os vereadores elaborado uma postura para que não pudessem os ditos ourives morar, nem possuir as suas oficinas, fora do respectivo arruamento, na Rua da Ourivesaria da Prata.

Rua (dos Ourives da Prata) |1917|
Antiga Bella da Rainha, junto à Igreja de São Nicolau na Rua da Vitória
Venda da Flor, iniciativa da escritora Genoveva da Lima Mayer Ulrich a favor das vítimas da I Grande Guerra.
Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente


Na Lisboa erguida após o terramoto de 1755, a Rua dos Ourives da Prata, juntamente com a dos Ourives do Ouro, evidenciava-se pelas preciosidades expostas aos olhares de quem por elas passava e pasmava. Assim descrevia Carl Ruders, aludindo às referidas ruas, nas quais “havia sempre muita gente pasmada”, porque “todas as lojas das casas (...) são ocupadas por estabelecimentos onde se vem expostas as alfaias e jóias mais preciosas”. Obras de ouro e prata “de toda a espécie”, que se revelavam em armários envidraçados, suspensos dos dois lados das portas”-

Rua (dos Ourives da Prata) |1917|
A Rua da Prata nasceu em 1910 como topónimo da Baixa pombalina, por via da publicação do Edital camarário de 5 de Novembro, o 1º relativo a toponímia após a implantação da República em Portugal, substituindo a Rua Bela da Rainha que havia sido atribuída em 1760, pela Portaria de 5 de Novembro, a 1ª sobre toponímia. 
Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente


Bibliografia
MACEDO, Luís Pastor – A Igreja de Santa Maria Madalena de Lisboa. Lisboa: Solução Editora, p. 5.1930,.
RUDERS, Carl Israel – Viagem em Portugal: 1798-1802. Lisboa: B.N.P., p. 35, 1981.
CARLOS, Rita, Da Rua dos Ourives da Prata à Rua Bela da Rainha: as lojas dos ourives da prata em Lisboa na segunda metade do século XVIII, 2015.

Friday, 14 March 2025

Rua António Pedro

Faço saber que em sessão da CML do dia 24/12/1893 que a nova rua em começo de construção parallela à Rua de Arroyos e avenida dos Anjos, e situada entre estas, 1º bairro, seja denominada Rua António Pedro, ficando assim legalisada a denominação que sempre lhe tem sido dada. 
[Conde do Restello, do Conselho de Sua Magestade vice-presidente da Camara Munipal de Lisboa, etc]

António Pedro Sousa Nasceu em Lisboa a 15 de Maio de 1834. Começou a sua carreira tão gloriosa aos 17 anos n'um pequeno teatro que houve na Calçada do Cascão (Alfama) representando na comedia «Depois da meia noute». Morreu a 23 de Julho de 1889. Órfão de pai desde os 12 anos começou a ganhar a vida na oficina de uma fabricante de pentes mas aos 17 anos começou a representar em pequenos teatros particulares. Como actor profissional estreou-se em 13 de Dezembro de 1857 no antigo Teatro do Campo Grande, nas comédias «O Magnetismo», «Leite de Burras», «Os Dois Papalvos» e «Os Abstractos». Integrou quatro digressões ao Brasil e alcançou fama como intérprete de figuras cómicas bem como, no final da carreira, em papéis dramáticos.

Rua António Pedro |post. 1930|
Actor — 1834-1889
Traseiras da Sociedade Central de Cervejas (SCC)
Antiga Rua paralela à Rua de Arroios e Avenida dos Anjos (actual Alm. Reis) e situada entre elas. 
Horácio Novais, in Lisboa de Antigamente

Sunday, 9 March 2025

Avenida Dom Carlos I que foi «das Cortes»

Avenida rasgada em 1889 com a denominação Avenida das Cortes atribuída em 1918. Antiga Avenida do Presidente Wilson (até 1948), antes Rua Dom Carlos I, antes Rua Duque de Terceira (1866), antes Rua dos Ferreiros a Esperança, antes Rua dos Ferreiros a Santa Catarina) e Travessa Nova da Esperança.

Avenida Dom Carlos I |c. 1900|
Troço entre a Rua do Merca-Tudo e a Calçada Marquês Abrantes (dir.) 
Machado & Souza, in Lisboa de Antigamente

Carlos Fernando Luís Maria Victor Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis José Simão de Bragança Sabóia Bourbon e Saxe-Coburgo-Gota, foi o penúltimo Rei de Portugal. Nasceu em Lisboa, no Palácio da Ajuda, a 28 de Setembro de 1863, e morreu na mesma cidade, no Terreiro do Paço, a 1 de Fevereiro de 1908. Era filho de D. Luís I e de D. Maria Pia de Sabóia.
O seu reinado vai de 19 de Outubro de 1889 até 1 de Fevereiro de 1908 e é caracterizado por constantes crises políticas e consequente insatisfação popular.
No seu reinado deram-se também as revoltas no ultramar, desde a Guiné a Timor.
D. Carlos distinguiu-se como pintor de talento e cientista, especialmente na oceanografia.
Estabeleceu uma profunda amizade com Alberto I, do Mónaco, igualmente apaixonado pelas coisas do mar. Como consequência desta “aliança” nasceu o Aquário Vasco da Gama, que pretendia, em Portugal, desempenhar um papel semelhante ao do Museu Oceanográfico do Mónaco.

 

Avenida Dom Carlos I |c. 1900|
Troço entre a Calçada Marquês Abrantes e a Rua do Cais do Tojo (dir.).
Nota(s): A Antiga Fábrica de Gessos Raul Ennes Ramos supõe-se que estivesse relacionada com os estucadores de Afife (Viana do Castelo), bem conhecidos pela sua hábil mestria.
Machado & Souza, in Lisboa de Antigamente

 

Foi também um excelente agricultor, tendo tornado rentáveis as seculares propriedades da Casa de Bragança, produzindo vinho, azeite, cortiça, entre outros produtos, tendo também organizado uma excelente ganadaria e incentivado à preservação dos prestigiados cavalos de Alter.
Grande apreciador das tecnologias que começavam a surgir no início do século XX, instalou a luz eléctrica no Palácio das Necessidades e fez planos para a electrificação das ruas de Lisboa.
Ficou conhecido pelo cognome de O Diplomata devido às múltiplas visitas que fez pela Europa.
Foi numa das suas viagens à Europa que conheceu a sua futura esposa, a princesa francesa D. Amélia de Orleães. Após um curto noivado, vêm a casar, em Lisboa, na Igreja de S. Domingos, a 22 de Maio de 1886. (in mosteirobatalha-pt)

 

Avenida Dom Carlos I |c. 1930|
Troço entre a Rua do Cais do Tojo e a Rua Dom Luís I (ao fundo) na direcção da Av. 24 de Julho.
Nota(s): Fábrica de gessos Serafim Ramos.
Ferreira da Cunha, in Lisboa de Antigamente

Friday, 7 March 2025

Lojas de Antanho: F. H. D' Oliveira & C.ª (fund. 1895)

Por delib. da Câmara de 09/09/1878 e edital de 13 do mesmo mês e ano, foi dada a denominação de Rua 24 de Julho à parte do aterro ocidental construída no prolongamento daquela Rua, que começando na praça de D. Luís terminava no caneiro de Alcântara.

«F. H. D' Oliveira & C.ª (Irmão)» Casa fundada em 1895, loja de madeiras e materiais de construção e cantaria.
Madeiras nacionaes e eetrangeiros. Cantarias lagedoe e cascõcs. Fábticas de cal, ladrilhos. mosaicos, polvora e exploração de pedreiras no AIvito - Aleantara e Paço d'Arcos. Exportação para Africa,Bratzil eIlhas.  Escrpitório, Rua Vinte e Quatro de Julho,. 632.

Lojas de Antanho: F. H. D' Oliveira & C.ª  fund. 1895  |c. 1909|
Antiga Rua Vinte e Quatro de Julho, 630-632, a
ctualmente Avenida 24 de Julho, 150-152.
Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente

Nota(s): Em 2 de Janeiro de 1931 muda de ramo de negócio com a inauguração de um novo stand como representante dos automóveis "De Soto" e camiões "Fargo".

Avenida 24 de Julho |1965|
Enquadramento do edifico n.º 150-152 junto ao cruzamento com a Av. Infante Santo"Hotel Residencial Infante Santo" inaugurado em 1957, propriedade da firma F. H. D' Oliveira.
Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente

Sunday, 2 March 2025

Do Passeio à Avenida

Demolido o Passeio Público em 1886 para dar lugar à abertura da Avenida da Liberdade, esta foi durante algum tempo o espaço de passeio da pequena burguesia lisboeta e da “gente operária endomingada"


Em 1910, André Brun descreve desdenhosamente a frequência da Avenida nestes termos: “Ao domingo a Avenida é a montra de um bazar de quinquilharias baratas. Todo o alfacinha de meia-tigela que não tem vintém para ir aos divertimentos caros que a cidade oferece {...] aflui à Avenida”. Uns vão para o pavilhão da música, outros para o quiosque dos refrescos. Quem tem “um vintenzinho para a cadeira fica de um lado; a pelintragem bravia, do outro. Quando acaba o fungagá, a gente das cadeiras desce a Avenida com toda a coragem. A outra, que está de pé em volta do coreto, se a desce é pelas ruas laterais. Pelo meio não se atreve. Imaginem: gente operária endomingada, muita soldadesca que vem atrás da banda, caixeirada de meia tigela...". Apenas num talhão correspondente ao Teatro Avenida se pode encontrar alguém do Carnet Mondain - registo azul (Brun, 1999, p. 66-73). Se a pequena e média burguesia — homens e mulheres — passeava na Avenida, os trabalhadores e operários dos bairros populares optavam pelas hortas, como acima se referiu, ficavam em casa, ou iam aos espectáculos populares como a tourada, mas sozinhos, sem as mulheres. 

Avenida da Liberdade (N-S )em terra batida |1905|
João Ribeiro Cristino da Silva, litografia colorida,
Suplemento ao o° 488 da Mala da Europa Museu de Lisboa, in Lisboa de Antigamente

Ramalho Ortigão retratou assim essa diferença no uso da cidade e dos seus diverti mentos entre os grupos sociais: “Ide à Baixa ao domingo à tarde. Encontrareis os prédios fechados e desertos: as mulheres dos lojistas foram passear com os maridos. Ide aos bairros de Alcântara ou à Mouraria nos mesmos dias: todas as mulheres estão nas suas pequenas casas, às janelas ou às portas, numa inação desconsolada e abatida. E não encontrareis um homem. Vede pelo contrário os divertimentos populares a trincheira do lado sol na praça de touros: não há uma mulher.” (Ortigão, 1992, p. 143-144). É também na segunda metade do século XIX, ainda que com raízes no século anterior, que um outro tipo de passeio associado à vida de café, aos teatros públicos e ao novo comércio de lojas se instala. Ia-se apanhar o fresco do entardecer ou da noite, e admiravam-se as fachadas, as luzes e o movimento dos cafés e teatros, as montras das lojas com as suas mercadorias (Lousada, 2004, p. 104-5).

 

Avenida da liberdade (S-N) |post. 1886|
Robert Kãmmere,, in Lisboa de Antigamente

N'um claro espaço rasgado, onde Carlos deixara o Passeio Público pacato e frondoso —  um obelisco, com borrões de bronze no pedestal, erguia um traço côr d'assucar na vibração fina da luz de Inverno: e os largos globos dos candieiros que o cercavam, batidos do sol, brilhavam, transparentes e rutilantes, como grandes bolas de sabão suspensas no ar. Dos dois lados seguiam, em alturas desiguaes, os pesados prédios, lisos e aprumados, repintados de fresco, com vasos nas cornijas onde negrejavam piteiras de zinco, e pateos de pedra, quadrilhados a branco e preto, onde guarda-portões chupavam o cigarro: e aquelles dois hirtos renques de casas ajanotadas lembravam a Carlos as familias que outr'ora se immobilisavam em filas, dos dois lados do Passeio, depois da missa «da uma», ouvindo a Banda, com casimiras e sêdas, no catitismo domingueiro.==
(Eça de Queiroz, ln Os Maias, 1888)

 

O Passeio Público de Lisboa (entrada S.) |c. 1843|
Com o início da construção em 1764, o Passeio foi traço do arq. Reinaldo Manuel e conheceu durante os seus cento e dezoito anos de vida duas épocas claramente distintas. até 1836, o Passeio era unicamente um bosque, ladeado de altos muros revestidos pela parte interior de buxo e de louro, com quinze janelas de grade de cada lado, que lhe davam o resguardo necessário e de tradição.
Litografia colorida de Legrand, (Lith. de M.el Luiz),, in Lisboa de Antigamente

Friday, 28 February 2025

Avenida Sacadura Cabral

O topónimo atribuído por edital de 14/09/1926 presta tributo ao Oficial da Armada e aviador português, Artur de Sacadura Freire Cabral Júnior nasceu a 23 de Abril de 1881 em Celorico da Beira e morreu de desastre no Mar do Norte em Novembro de 1924, quando voava em direcção a Lisboa, pilotando um avião que se despenhou. O seu corpo nunca foi encontrado.
Serviu nas colónias ultramarinas no decurso da Primeira Guerra Mundial, foi um dos instrutores iniciais da Escola Militar de Aviação, director dos serviços de Aeronáutica Naval e comandante de esquadrilha na Base Naval de Lisboa. Unanimemente considerado um aviador distintíssimo, pelas suas qualidades de coragem e inteligência, notabilizou-se a nível mundial, ultrapassando as insuficiências técnicas e materiais que na época se faziam sentir.

Avenida Sacadura Cabral |1960|
Grande Herói da Aviação
Venda ambulante junto da R. Oliveira Martins
Arnaldo Madureira, in Lisboa de Antigamente
Nota(s): o local da foto não está identificado no abandalhado amL.

Realizou diversas travessias aéreas memoráveis, notabilizando-se especialmente em 1922, ao efectuar, juntamente com Gago Coutinho, a primeira travessia aérea do Atlântico Sul. Gago Coutinho e Sacadura Cabral foram aclamados, em Portugal e no Brasil, por este feito, tornando-se objecto de múltiplas homenagens. Uma das mais significativas, mas ocorrida já postumamente, foi a iniciativa do Banco de Portugal de colocar as efígies dos dois navegadores em papel-moeda. [infopedia]   

Thursday, 27 February 2025

Travessa da Cruz de Soure

A Travessa da Cruz de Soure (1859) — recorda Norberto de Araújo — foi chamada «das Parreiras», e podes ver ainda debruçadas de um muro de quintais ramadas de videiras; olha: aí tens no prédio 23 uma lápide foreira «Andrada, fôro 500 réis».

Travessa da Cruz de Soure |1923|
Ao fundo a Tv. Conde Soure.
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente
Legenda no arquivo: «Doença suspeita no prédio da travessa do C. de Sor»

Sunday, 23 February 2025

Avenida António Augusto de Aguiar, 144: Casa Júlio de Andrade

No contexto do grande plano de desenvolvimento camarário da cidade de Lisboa em direcção a norte, entre 1897 e 1898 foi rasgada a Av. António Augusto de Aguiar que, contando com pouco mais de um quilómetro de extensão, finalmente concretizava (embora de forma enviesada) a ligação há muito pretendida entre a Avenida da Liberdade e a Estr. da Circunvalação (actual Rua Marquês da Fronteira). Apenas em 1903 foram disponibilizados os talhões do quarteirão triangular formado pela Av. António Augusto de Aguiar, Rua Marquês da Fronteira) e Estr. da Palhavã (actual Rua Nicolau Bettencourt), junto do local onde a primeira terminava.
Em Junho de 1903, Júlio de Andrade (1838-1906), acrescentaria ao seu pecúlio o lote nº 34 (também com frente para a estrada da Palhavã), no aludido quarteirão triangular no extremo norte da avenida. Para este último contratou Raul Lino para projectar o que terá sido outra casa de rendimento.
A 29 de Fevereiro de 1904, «foi celebrado o contrato para a construção da casa entre o proprietário e o construtor civil Manuel Joaquim de Oliveira, tendo o arq.º Raul Lino e Inocêncio Madeira como testemunhas. A empreitada foi dada por 18:100$000 a pagar em sete prestações, devendo a obra estar concluída num prazo máximo de 12 meses.

Avenida António Augusto de Aguiar, 144 |post. 1903|
Casa de Júlio de Andrade
; atrás e a dir. notam-se as antigas torres do Parque José Maria Eugénio sobre a Rua Dr. Nicolau Bettencourt.
Paulo Guedes, in Lisboa de Antigamente

A fachada principal é definida pela configuração das coberturas, muito inclinadas e com beirado em madeira, à imagem dos chalets centro-europeus. Esta fachada era composta por volumes discretamente desencontrados, num jogo de vãos e varandas, cujas guardas de ferro apresentavam um intrincado desenho plenamente imbuído do estilo Arte Nova.
A casa de Júlio de Andrade não sobreviveu às alterações do tempo, tendo sido demolida em 2003, em vésperas de cumprir o primeiro centenário. [DGPC]

Avenida António Augusto de Aguiar, 144 |1966-04|
Casa de Júlio de Andrade; atrás e a dir. notam-se as antigas torres do Parque José Maria Eugénio sobre a Rua Dr. Nicolau Bettencourt.
Augusto de Jesus Fernandes, in Lisboa de Antigamente

N.B. Júlio de Andrade, (?-1906), apaixonado zoófilo, não foi só um ilustre membro da abastada burguesia lisboeta do final do séc. XIX. A sua acção destaca-se pelo seu papel enquanto membro fundador da Sociedade Protectora dos Animais em 1875.Em 1882 Júlio de Andrade teve a ideia de oferecer à cidade de Lisboa em nome da S.P.A. fontanários-bebedouro para animais. Foi director do Banco de Portugal (fundado a 19 Nov. 1846) e do Banco Lisboa & Açores (fundado a 22 Mar. 1875), tendo-se no entanto destacado pelos seus actos de benemerência.
Através de edital de 12/05/1910 a Câmara Municipal de Lisboa  homenageou-o com atribuição do seu nome à rua entre o Campo dos Mártires da Pátria e a Travessa da Cruz do Torel.  
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