O primeiro projecto de um sistema de caminhos-de-ferro subterrâneo para Lisboa data de 1888, é da autoria do engenheiro militar Henrique de Lima e Cunha. Publicado na revista Obras Públicas e Minas, previa a um traçado que ligasse Santa Apolónia a Algés, com passagem
pelo Rossio, São Bento, Janelas Verdes e Alcântara. O custo do
empreendimento estava orçado em 500$000 réis por metro corrente de
túnel. A proposta não avançou.
Mais tarde, nos anos 20 do século XX, dão entrada na Câmara Municipal de Lisboa dois projectos, respectivamente, de Lanoel d’Aussenac e Abel Coelho (1923) e de José Manteca Roger e Juan Luque Argenti (1924), que não tiveram seguimento.
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Avenida Fontes Pereira de Melo [entre 1955 e 1959]
Obras do Metropolitano de Lisboa; Palácio Sotto-Mayor
Judah Benoliel, in AML |
Somente a partir da 2ª Guerra Mundial com a retoma da economia e no seguimento das políticas de electrificação e aproveitamento dos fundos do Plano Marshall, surge com plena vitalidade a decisão de se construir um Metropolitano para Lisboa. A sociedade é constituída a 26 de Janeiro de 1948 e tinha como objectivo o estudo técnico e económico, em regime de exclusivo, de um sistema de transportes colectivos fundado no aproveitamento do subsolo da cidade. A concessão para a instalação e exploração do respectivo Serviço Público veio a ser outorgada em 1 de Julho de 1949.
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Avenida Fontes Pereira de Melo [entre 1955 e 1959]
Obras do Metropolitano de Lisboa
Judah Benoliel, in AML |
Em Setembro de 1954, o Eng.º Francisco de Mello e Castro é nomeado
presidente do Metro (cargo que desempenhou até ao final de agosto de
1972). E no dia 18 é aberto o concurso para adjudicação das obras,
material circulante e instalações fixas. As propostas são abertas em Dezembro e conduzem a um encargo total de 196 mil contos.
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Avenida Fontes Pereira de Melo [entre 1955 e 1959]
Obras do Metropolitano de Lisboa
Judah Benoliel, in AML |
Os trabalhos de construção iniciaram-se em 7 de Agosto de 1955 e, quatro anos depois, em 29 de Dezembro de 1959, o novo sistema de transporte foi inaugurado. No dia seguinte, por volta das três
horas da manhã, existiam filas intermináveis à porta das estações para
utilizar o novo meio de transporte. A afluência foi tanta que algumas
estações foram obrigadas, por motivos de segurança, a cancelar
temporariamente a venda de bilhetes de forma a que os passageiros não
invadissem o cais. Entre as principais atracções estavam as escadas
rolantes da estação do Parque.
A rede aberta ao público consistia numa linha em Y, com uma extensão de 6,5 quilómetros, percorridos por 24 comboios, e 11 estações, com dois troços distintos, Sete Rios (actualmente, Jardim Zoológico) – Rotunda (actualmente, Marquês de Pombal) e Entrecampos – Rotunda (Marquês de Pombal), confluindo num troço comum, Rotunda (Marquês de Pombal) – Restauradores.
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Avenida Fontes Pereira de Melo [c. 1959]
Obras do Metropolitano de Lisboa; Praça do Duque de Saldanha
Judah Benoliel, in AML |
A estação Rotunda (Marquês de Pombal) permitia a correspondência entre os dois primeiros troços. Foi um importante acontecimento para a cidade e constituiu um enorme êxito, tendo-se elevado a 15,3 milhões o número de passageiros transportados no primeiro ano de exploração. O Metropolitano de Lisboa era, ao tempo da sua inauguração, o 14.º da Europa e o 25.º no mundo. O pioneiro fora o Metropolitano de Londres, em 1863, a partir da ideia de Charles Pearson, o inventor deste meio de transporte.
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Avenida Fontes Pereira de Melo [c. 1959]
Obras do Metropolitano de Lisboa; Palacete Gabriel José Ramires; Rotunda Praça Marquês de Pombal
Judah Benoliel, in AML |