Em 1837, reclama-se a necessidade de «remover a ponte de vapores da Praça do Comércio», instalada junto ao torreão poente da Praça do Comércio, frente ao Ministério da Marinha, para se «completar o aformoseamento da mesma praça». (SOUSA, 1932)
Em 1869, o Estado inicia a exploração das linhas do Sul e Sueste: a partir desta data, a ponte de acostagem de vapores da Praça do Comércio, usada como terminal fluvial para ligação a essas linhas, irá sofrer sucessivas alterações, adaptações e ampliações, sempre em obras circunstanciais, que aguardavam a construção de um edifício apropriado e definitivo.
![]() |
Estação Fluvial Sul e Sueste [1931] Avenida Infante D. Henrique Eduardo Portugal, in AML |
Em 1886, o plano geral das obras do porto de Lisboa determina a localização da nova Estação Fluvial do Sul e Sueste no lado oposto da Praça do Comércio, no terreiro da Alfândega frente ao torreão nascente, com acesso directo ao rio e incluindo um apeadeiro da linha férrea marginal a construir.[monumentos.pt]
![]() |
Estação Fluvial Sul e Sueste [1932] Avenida Infante D. Henrique Eduardo Portugal, in AML |
Até aos finais da década de 1920 a arquitectura praticada na edificação das estações ferroviárias foi dominada por valores regionalistas. Deve-se à Estação Fluvial de Sul-Sueste o primeiro salto formal de abertura ao movimento moderno. Numa primeira versão do projecto, o autor, José Cottinelli Telmo, apresentou todas as possibilidades construtivas do betão armado: a composição de volumes elementares, cobertura plana, grandes superfícies de vidro; valores presentes que evidenciavam a linha rigorosa e quadriculada da estrutura. Na versão final e construída em 1932 o autor assumiu uma postura de compromisso com a herança Art Déco e com as convenções próprias de uma tipologia que promovia a livre circulação dos utilizadores.[DGPC]
![]() |
Estação Fluvial Sul e Sueste [1932] Avenida Infante D. Henrique in Arquivo do Jornal O Seculo |
É constituída por um único pavimento, em três corpos. Poderá observar-se no hall, painéis de azulejos policromados, representando os brasões de Évora, Setúbal, Beja, Estremoz, Portalegre, Faro, Lagos, Tavira, Silves e Portimão. Nas duas salas de espera existem silhares de azulejos policromados. Encontra-se classificada como Monumento de Interesse Público. [cm-lisboa.pt]
![]() |
Estação Fluvial Sul e Sueste [post 1932] Avenida Infante D. Henrique Fotógrafo não identificado |
No comments:
Post a Comment