Friday, 25 September 2015

Teatro Apolo ou do «Príncipe Real»

Na esquina da Rua Fernandes da Fonseca e Rua Nova da Palma— recorda Norberto de Araújo — assenta o Teatro Apolo, até 1910 chamado do Príncipe Real (D. Carlos), e que foi ali erguido em 1864 [1865] por Francisco Ruas, no local onde existiu o salão Wauxhall. Pelo velho «Príncipe Real», dos dramalhões, teatro definido, passaram grandes figuras da cena portuguesa, entre elas, mais permanentemente, Ernesto Vale. e Adelina Abranches.

Rua da Palma, Rua Fernandes da Fonseca [1956]
Em primeiro plano, um trecho da Rua da Palma com o Teatro Apolo (à esquerda).
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente
Rua da Palma, Rua Fernandes da Fonseca [séc. XIX]
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente

O edifício teve há poucos anos o dístico fatal «Para demolição»; parece, porém, que a condenação está suspensa. Tem um tecto de boa pintura de José Maria Pereira.==
(ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa [1938], vol. III, p. 72, 1938)

Rua da Palma, Rua Fernandes da Fonseca [1956]
Teatro Apolo, interior, boca de cena

Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente
Rua da Palma, Rua Fernandes da Fonseca [1956]
Teatro Apolo, tecto, obra de de José Maria Pereira

Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente

«Dois Pobres E Uma Porta», em 3 actos e, «Muito Padece Quem Ama» são as comédias apresentadas na inauguração.Em 1906, Palmira Torres é a actriz principal da peça «A Severa», de Júlio Dantas. «Agulha em Palheiro», primeira revista original após a instauração da República, é aqui representada logo em 1911.

Rua da Palma [c. 1910]
Teatro Apolo, bilheteiras

Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente
Rua da Palma [c. 1910]
Teatro Apolo, bilheteiras

Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente

«De Bota Abaixo», viria a ser a última revista estreada no Teatro Apolo, antes de este vir a ser demolido. O título era, aliás, um trocadilho com esse facto anunciado pela Câmara Municipal de Lisboa, então presidida por Salvação Barreto, como parte da reforma daquela zona da cidade. Um ano depois, em 1957, não obstante os inúmeros sucessos — e já rodeado pelos escombros dos prédios da Mouraria arrasados em redorcaiu o pano sobre o Apolo.

Rua da Palma, Rua Fernandes da Fonseca [1956]
Defronte ao
Teatro Apolo (onde se vê o parque de automóveis) erguia-se a Igreja do Socorro, demolida em 1949.

Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente

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