O muro, que ampara jardins, e o Palácio Faial que a ele se segue,
são da Casa Palmela, cuja Duquesa é também Marquesa do Faial.
Estes
terrenos todos para a nossa direita (nascente) até à Rua das Amoreiras
pertenciam no século XVII à Quinta do Pé de Mu, confrontando com a cerca
das freiras do Rato, quinta depois chamada do Fetal ou Feital. (...) Em
23 de Junho de 1890 adquiriu-os o Duque de Palmela, e datam dessa
época, tal qual os vemos agora, o Palácio Faial e anexos.
Capela de N. Senhora do Monte Carmo no Palácio Faial |1958| Rua do Sol ao Rato Armando Serôdio, iin Lisboa de Antigamente |
A Capela de N. Senhora do Monte Carmo, que aí vemos, foi edificada pela Duquesa de Palmela, D. Maria Luíza, em 1905, aproveitando algumas imagens e materiais sacros da capela do mesmo orago do palacete da Rua Formosa (desde 1892 propriedade de «O Século»), do Visconde da Lançada (Pina e Brederode, Duque de Palmela por seu casamento). Esta Ermida ostenta belos azulejos, que toda a revestem em altos silhares de três metros de altura, dando quadros bíblicos de bom desenho cerâmico do final de setecentos. No altar-mor está a Imagem de N. Senhora do Carmo; (...) É este um pequeno templo, bem diferenciado, no semblante, das velhas ermidinhas pobres ou palacianas de Lisboa.
Capela de N. Senhora do Monte Carmo no Palácio Faial |1958| Rua do Sol ao Rato Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente |
No prédio que se segue à Capela, e também da mesma propriedade, habitou, e morreu a 18 de Junho de 1875, o Poeta António Feliciano de Castilho, 1.º Visconde de Castilho, pai do insigne escritor e investigador da «Lisboa Antiga». Aí tens uma lápide que atesta o facto. Falta dizer-te, Dilecto, que em Março deste ano de 1939 a Câmara Municipal adquiriu por 1.450 contos grande parte dos terrenos rústicos e urbanos desta Casa, a norte e por trás do Palácio (33.600 metros quadrados).»
(Norberto de Araújo, Peregrinações em Lisboa, vol. XI, p. 68)
Capela de N. Senhora do Monte Carmo no Palácio Faial |1916| Rua do Sol ao Rato Holstein Beck, in Lisboa de Antigamente |
No comments:
Post a Comment