Fotografia aérea do Estoril, vendo-se ao fundo o Casino com o Hotel do Parque (antigas Termas do Estoril) e o Hotel Palácio à direita; no canto inferior direito o Chalet Barros, hoje Palácio Barros, na praia do Tamariz.
Recuperando antigos projectos de urbanização da zona do Estoril de fins do século XX – na senda da moda de veraneio – e com os exemplos da Cote d'Azur e da Riviera Italiana em mente, é lançado em 1914 por Fausto Figueiredo, presidente da Câmara de Cascais, o projecto «Estoril», com a publicação da brochura Estoril, estação marítima, climatérica, thermal e sportiva onde se apresenta formalmente o empreendimento turístico de Fausto Figueiredo, personalidade que ficará para a posteridade ligada à criação do Estoril como estância de turismo internacional, num contexto em que se encarava já o Turismo como actividade económica cheia de potencialidades. [Pacheco, 2004]
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ografia aérea do Estoril: o Casino e o Chalet Barros |entre 1930 e 1932| Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Em 1916, durante o mandato de Fausto de Figueiredo como presidente da Câmara de Cascais, foi lançada a primeira pedra da construção do Casino Estoril, que, obedecendo à traça de Raoul Jourde, acabou por ser inaugurado apenas em 1931, um ano após a abertura do Hotel Palácio, também com projeto do mesmo arquiteto. [Cadavez: 2018]
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ografia aérea do Estoril: o Casino e o Chalet Barros |1965| Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
N.B O Chalet Barros, hoje Palácio Barros, foi erguido na década de 1890 por João Martins de Barros que, em Abril de 1894, adquiriu o Forte da Cruz — também designado por St.º António da Cruz da Assubida — , para sobre as suas ruínas edificar uma residência.
Perdida a sua função militar em fins do século XIX, foi adquirido por um particular. Colaço e Archer (1943) informam que “pelo ano de 1886” um “rico capitalista lisboeta, de seu nome João Martins de Barros, foi habitar, em São João do Estoril, uma casa em frente da Poça”. “Adoecera-lhe uma filha e esperava vê-la curada pelo ar do pinhal e do mar”, nas Termas da Poça, de anemia crónica, o que veio a acontecer, dispondo-se o pai a “fazer uma casa no local onde se operara a maravilha”. Não a podendo construir junto à praia da Poça, escolheu “para ela um poiso deslumbrante”, um pouco mais à frente na linha de costa: o “antigo forte de Santo António do Estoril, muralhas quasi ruídas, mas ainda alcandoradas sobre os rochedos que afloram, à esquerda de quem olha o mar, no areal do Estoril”. Adquirido o imóvel ao Estado (1894), aí nasceria um palacete em estilo neomedieval (1895), sob o risco do arquiteto italiano Cesar Ianz, um dos pioneiros da arquitectura de veraneio de Cascais. Ianz ficou arruinado com a construção, adjudicada por um valor que calculou mal, mas cumpriu o contrato. O imóvel ficou conhecido como “Chalet Barros”, hoje “Palácio Barros”.
(COLAÇO, Branca de Gonta, ARCHER, Maria, Memórias da Linha de Cascais, 1943)
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