Tuesday, 15 September 2015

Rua da Fábrica da Pólvora

Este arruamento já aparece referido nas descrições paroquiais após a remodelação paroquial de 1770, na freguesia de S. Pedro.
De acordo com o olisipógrafo Norberto de Araújo nesta rua existiu «uma rudimentar fábrica de pólvora, que funcionava na última década do século XVII (depois de 1690), e em cujo lugar, no começo de setecentos, D. João V mandou construir uma outra majestosa Fábrica, cujos restos arquitectónicos estão à vista, denotando a beleza primitiva que ressaltava de um estilo nobre e largo nas janelas e seu coroamento, na composição, entablamento e solidez dos materiais».  [...]

Rua da Fábrica da Pólvora [c. 1940]
Rua da Cruz a Alcântara (à esq.)
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente

Dentro de poucos meses (ainda neste ano de 1939) começarão as demolições neste velho edifício, inicio dos trabalhos para o Vale de Alcântara, que inclui duas pontes, a de Alcântara à Cruz das Oliveiras, e deste lugar a Linda-a-Velha, para definição da auto-estrada de Lisboa-Cascais.

Ruas da Fábrica da Pólvora, da Cruz e do Alvito, junto ao mercado de Alcântara  [1939]
Grande parte do edificado que se vê nesta imagem desapareceu (na década de 1950) para abertura da Avenida de Ceuta e da Praça General Domingos de Oliveira.
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente

Esta Rua da Fábrica da Pólvora oferece a particularidade histórica de nela ter habitado durante alguns anos, e falecido em 13 de Outubro de 1666, o escritor D. Francisco Manuel de Melo, «na sua Quinta de Alcântara», que bem podia ser a desmantelada Quinta da Cabrinha, de que havia até há pouco vestígio toponímico no pátio da Cabrinha. Mas tudo isto são águas passadas.==
(in Norberto de Araújo, Peregrinações em Lisboa, vol. IX,  pp. 27-28, 1939)

Rua da Fábrica da Pólvora de Alcântara  [1939]
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente

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