Sunday, 28 December 2025

Cena de rua no antigo Largo de Camões

Há quem suponha que este Camões é o nosso épico Luiz de Camões. Errada suposição. João Paulo Freire — jornalista, poeta, ensaísta, novelista — esclarece o motivo das trocas e baldrocas com este topónimo:
O Camões do Rossio nada tem que ver com o Camões das Duas Igrejas [actual Praça de Luís de Camões]. Este é o épico. Aquele é apenas o seu homónimo por antonomásia — Caetano José da Silva Souto Mayor, poeta epigramático, muito espirituoso, e que foi corregedor da corte de D. João V, juiz do Crime do Bairro da Mouraria, e corregedor do Bairro do Rossio, onde morava, pois residiu sempre no prédio onde mais tarde se construiu o actual que é ocupado pela Brasileira.
(FREIRE, João Paulo, Lisboa do meu tempo e do passado, Lisboa, 1931-1939)

Praça Dom João da Câmara que foi Largo de Camões — cena de rua |1908|
Uns quantos eléctricos e carroças, um cavaleiro, os peões domingueiros e um dos raros automóveis existentes em Lisboa na época. 
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente

Esta artéria, até 1924, era o Largo de Camões, já assim denominado em 1858 no Atlas da Carta Topográfica de Lisboa de Filipe Folque.

Praça Dom João da Câmara que foi Largo de Camões — cena de rua |c. 1920|
Encimando a imagem observa-se o Castelo ainda povoado por edifícios dos aquartelamentos militares.
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente

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