Aberta sobre os rochedos, ampla, soberba na sua amplidão e largueza, a Avenida Marginal, cortada entre palacetes, chalés e jardins, passa no Estoril onde existiram dois fortins: o de S. Roque, hoje o Tamariz, e que foi propriedade do Conselheiro Schrõeter, sua moradia de verão, com o parque junto da praia (próximo da casa chamada da Serra), e o de Santo António d'Assubida ou Forte da Cruz, sobre as quais, em 1896, foi construída a Casa (Chalet) Barros.
Estamos na região dos Estoris — escreve Raúl Proença no Guia de Portugal — estações balneares e estações de inverno, já com pretensões a paragens civilizadas e com mimos de conforto e vegetação, e cuja fiada de vivendas, hotéis, casinhas rústicas ou palácios constitui a única estância cosmopolita que temos entre nós. Começa aqui, propriamente, a Riviera portuguesa – a Enseada azul. De facto, os olhos mergulham num deslumbramento azul e o mar toma a cada momento tonalidades incomparáveis.
Praia do Tamariz [1965] Ao fundo, a Casa (Chalet) Barros erguido em 1896; paredão. Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente |
Praia do Tamariz [1931] Estúdio Horácio Novais, in Lisboa de Antigamente |
O Estoril é, antes de mais, a praia do Tamariz – que já Henrique Galvão, no seu romance escrito para cantar a glória e a urgência de salvar Portugal pela saga colonizadora das nossas Áfricas, Velo d’Oiro (1932) celebrava como o mais chic dos cosmopolitismos do Portugal de então –, aqui documentado com fotografias que nos mostram a praia famosa e os banhistas que nela se regalam, à sombra das suas duas elegantes vivendas totémicas que são o ex-libris desta praia, cada qual num extremo do Tamariz, a antiga Casa Schröter – um nome ligado ao mundo financeiro e, ainda, à aventura ditatorial de João Franco, já que no seu gabinete foi ministro da Fazenda Ernesto Driesel Schröter –, que Fausto de Figueiredo compraria e acabaria em restaurante, com uma concorrida piscina anexa, e a Casa (Chalet) Barros, com o seu torreão florentino e o seu ar de casa assombrada,
A Praia do Tamariz é considerada a praia por excelência da Costa do Estoril. Localizada em frente aos Jardins do Casino Estoril, esta praia dispõe de bons acessos uma vez que se encontra junto à estação de comboios e autocarros e à Estrada Marginal. O passeio marítimo (Paredão), os apoios de praia e a restauração associada a grandes palacetes complementam o enquadramento equilibrado. Esta praia dispõe, ainda, de uma Piscina Oceânica de acesso gratuito.
Piscina do Tamariz, junto à Casa Schröter [1960] Colecção José Santos Fernandes, in Lisboa de Antigamente |
Aspecto do novo Tamariz [c. 1970] O Palacete Schröter foi construído no início do Século XX pelo Conselheiro Driesel Schröter. Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Bibliografia
MARTINS, Rocha, Lisboa de ontem e de hoje: as colinas da cidade, p. 226, 1945.
Guia de Portugal: v. Generalidades. Lisboa e arredores, coord. Raúl Proença, pp. 594-598, BNL, 1924-1927.
FERNANDES, A. José Santos, O passado nunca passa, CMC.
MARTINS, Rocha, Lisboa de ontem e de hoje: as colinas da cidade, p. 226, 1945.
Guia de Portugal: v. Generalidades. Lisboa e arredores, coord. Raúl Proença, pp. 594-598, BNL, 1924-1927.
FERNANDES, A. José Santos, O passado nunca passa, CMC.
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