Foi na antiga Quinta dos Loureiros que Francisco Grandella
edificou a fábrica com o seu nome e ao mesmo tempo uma vila para alojar
os empregados. com um total de 86 fogos, foi construído a partir de
1902. Em posição de destaque, os dois edifícios com fachadas de templo
grego, onde Grandella mandou instalar a creche e a escola primária para a
crianças do Bairro.
Este bairro operário tem uma frente superior
a 80m, virada para a Estrada de Benfica, com duas fachadas em forma de
pórticos neoclássicos, que rematam dois quarteirões com cerca de 90m de
profundidade. As ruas exteriores destinavam-se às famílias dos
empregados dos escalões mais baixos, enquanto que o acesso aos fogos dos
empregados dos escalões mais elevados era feito a partir da rua
central.
Junto à Estrada de Benfica, abrangendo as Ruas de Sta. Matilde, do Dr.
Gregório, R. Fernandes e a Av. dos Empregados dos Armazéns do Grandella [c. 1910] Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
Esta configuração urbana assenta em memórias materiais e
espirituais integradas no ideário de socialismo utópico, pela
preocupação evidente com o bem-estar dos empregados. Incorpora também
expressões de cariz maçónico, como bem expressam as fachadas, quer por
símbolos, quer nomeadamente pelo lema -- Sempre por Bom Caminho e Segue
--. Também por isso, o conjunto, apesar de ter sofrido, ao longo do
tempo, alguma descaracterização em relação ao projecto inicial, foi
classificado, em 1984, como Imóvel de Interesse Público.
(fonte(s): igespar.pt; marcasdasciencias.fc.ul.pt)
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