Com armazéns arrendados na «Praia da Boavista» desde 1847, a «Companhia
Lisbonense de Iluminação a Gaz» possuía, em 1852, cinco gasómetros e
duas baterias de fornos. Entre 1875 e 1877 mandou construir a fachada
neogótica que ocultava as instalações da fábrica do lado do Aterro da
Boavista.
A Companhia Lisbonense de Iluminação a Gaz (fábrica da
Boavista) e a
Companhia Gaz de Lisboa (fábrica em Belém) fundem-se, em 1891, passando a
designar-se Companhias Reunidas de Gás e Electricidade - C.R.G.E.,
Inicia-se, assim, um ciclo de produção de gás de cidade, igualmente
conhecido como gás iluminante, que vem beneficiar a população,
melhorando as suas condições de vida em vários níveis.
Companhias Reunidas de Gás e Electricidade [193-] Avenida 24 de Julho Kurt Pinto, in Lisboa de Antigamente |
Companhias Reunidas de Gás e Electricidade [Inicio séc. XX] Avenida 24 de Julho Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
A iluminação a
gás inaugurou-se em Lisboa em Julho de 1848, com os primeiros 28
candeeiros, nas ruas da Baixa (Rua dos Capelistas [hoje do Comércio], Rua do Ouro e Rua da Prata), no Chiado, na Rua do Alecrim,
no Cais do Sodré, em S. Paulo e na Boavista.
[in Lisboa: histórias e memórias, Maria João Janeiro, 2006, p. 130]
[in Lisboa: histórias e memórias, Maria João Janeiro, 2006, p. 130]
Panorâmica sobre o rio Tejo, vê-se a fábrica de Gás da Boavista [1906] Avenida 24 de Julho Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
No dia 10 de Outubro de 1914 uma violenta explosão na casa das
caldeiras da Fábrica do Gás, localizada na Rua da Boavista, provocou 18
mortos, cerca de 60 feridos e elevados danos materiais. Este trágico acontecimento deu origem a severas críticas acerca da
localização de tão perigoso equipamento numa zona tão densamente
povoada da cidade.
A cobertura que a revista Ilustração Portuguesa deu a este acontecimento pode ser aqui revisitada.
Rua da Boavista [1914] Incêndio no edifício da Companhia de Gás e Electricidade. Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
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Informação muito interessante, que agradeço e considero muito bem feita.
ReplyDeleteJá agora, deixo uma pergunta. Lembro-me de, em miúdo, por volta de 1955....1958, não sei o ano ao certo, a tensão eléctrica em Portugal passou de 110 V para 220 V (actualmente 230 V). Será que alguém sabe a data (dia/mês/ano, ou mesmo mês/ano)em que se operou essa alteração das características do fornecimento de electricidade em Portugal?
A alteração consistiu e algo mais, ou apenas passagem da tensão de 110 V para 220 V?
Guilherme de Almeida
No Relatório do Conselho de Administração de março de 1948 das Companhias Reunidas Gás e Electricidade, nas páginas 13 e 14: "Unificação da Tensão. Iniciámos, no decorrer do exercício de 1947, os trabalhos de unificação da tensão, na zona de Lisboa. Até agora, estava esta zona servida, na parte central da cidad, pela antiga rede de corrente contínua de 220V., e na parte periférica, pela rede mais moderna de corrente alterna de 110/190V. Há já quasi dez anos que as necessidades do serviço e o envelhecimento progressivo da aparelhagem das sub-estações de transformação nos tinham levado a estudar um programa geral de substituição da rede de corrente contínuapor uma nova rede de corrente alterna, à tensão de 220/380 V., tensão que agora é de aplicação geral em toda a Europa e mais adaptável às modernas características dum bom regime de distribuição de energia. Porém, a magnitude do problema, que trazia como consequência a obrigatória adaptação ou substituição, por conta da empresa concessionária, de toda a aparelhagem pertencente aos seus consumidores, impediu que fosse iniciada a sua execução no decorrer dos anos de guerra, durante os quais teria sido impossível obter o material indispensável.
ReplyDeleteAs dificuldades que enfrentavamos vinham, aliás, avolumando-se com a insistência da Direcção Geral de Serviços Electricos na unificação total da corrente, o que nos obrigava à substituição não somente da velha rede de corrente contínua, mas também da de corrente alterna de 110/190 V. Depois de cuidadosos estudos, chegou-se finalmente à conclusão de que a melhor solução a adoptar seria a da substituição geral da nossa rede por uma rede de tipo único, à tensão de 220/280 V., de preferência à remodelação e manutenção da rede antiga de corrente contínua, ou ainda à generalização da rede corrente alterna de 110/190 V., soluções estas que, nos termos do nosso contrato de concessão, tinhamos a faculdade de adoptar. A duração prevista dos trabalhos é de 18 anos"
Muito obrigado! Quem tenha interesse, pode consultar esse documento na Fundação EDP. Está diponível em pdf. Basta pesquisar pelo título.
DeleteMuito krigado pir esra informação. Presumo que, no mapa da rede de 1947,a Rua da Palma era considerada centro, servida por corrente contínua. Foi assim?
ReplyDeleteGA
Boa tarde.
ReplyDeleteOnde se localiza a CRGE em Sintra ?