«Há por aqui traços seiscentistas, desfigurados mas visíveis; é um sítio que ainda cheira a Ribeira Velha, com suas bôcas de armazéns, janelas gradeadas, num conjunto teatral, reduzido a meia dúzia de passos. O pitoresco, porém, está no Arco Escuro, propriamente dito, antigo Postigo da Rua das Canastras [...]»
(ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. X, p. 15, 1939)
Beco do Arco Escuro [1968] Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente |
O Beco do Arco Escuro é hoje um arco de volta abatida com dois metros e
meio de largo, e abre-se a partir da Rua dos Bacalhoeiros pelo lado
norte. Passando um pequeno troço da Rua das Canastras e a Travessa de
Santo António chega-se ao Largo da Sé.
Para alguns autores este lugar
seria o antigo postigo da Rua das Canastras, aberto na muralha depois
da reconquista, e que serviria mais para serventia do que para defesa.
Outros autores dizem que neste lugar terá existido a Porta do Mar [Arco de Jesus], pois
por ali entrava o mar aquando da maré-cheia. Um facto é indesmentível,
depois da reconquista e com o desenvolvimento da cidade as portas
tornaram-se inúteis, mudaram-se em arcos. Passou-se da porta medieva
para o arco, de fins guerreiros para fins pacíficos e urbanos.
Beco do Arco Escuro [c. 1900] Ao fundo vê-se a Rua dos Bacalhoeiros José A. Leitão Bárcia, in Lisboa de Antigamente |
Sabemos
pela carta do Cruzado Osberto de Bawdsey que o último assalto à cidade
se fez a partir desta zona, e a cidade foi conquistada ao fim de 17
angustiosas semanas.
Beco do Arco Escuro, [1939] Ao fundo vê-se a Rua dos Bacalhoeiros Eduardo Portugal, , in Lisboa de Antigamente |
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