O convento — que tinha a invocação de N. Senhora dos Remédios — foi fundado em 1633, por Manuel Gomes Elvas para recolhimento
de senhoras de linhagem, e em número de 40, como revela a lápide de
1637, que se encontra sobre o portal maneirista. Instalado num local,
considerado como zona de retiro, o edifício confinava com os terrenos
dos padres oratorianos da Congregação de São Filipe de Neri. Teve como
principais mecenas e responsáveis pela conclusão das obras, Manuel
Correia de Lacerda e Luís Gomes de Sá e Meneses, por alcunha «O Rato»,
que deu o nome ao recolhimento e ao actual largo. A decoração da igreja e
do convento deveu-se à acção de D. Tomás de Almeida, 1º Cardeal
Patriarca de Lisboa, responsável também pela criação da actual
freguesia de Santa Isabel. Salienta-se o
conjunto maneirista da capela-mor da igreja, em pedraria lavrada, com
pinturas alusivas à Paixão de Cristo. [Caeiro: 1989]
Convento das Trinas do Rato, fachada principal [c. 1900] Largo do Rato Alberto Carlos Lima, in Lisboa de Antigamente |
De acordo com o olisipógrafo Norberto de Araújo «o edifício, que pelo Terramoto alguma cousa sofreu, sendo prontamente reparado, foi reconstruido em 1885 pelo arquitecto Luiz Caetano Pedro de Ávila; em 1937- 1938 novas transformações sofreu na fachada, desaparecendo então o ante-pátio fronteiro, que fora o terreiro do «Jôgo da Péla›, peculiar nas clausuras, e que chegara aos nossos dias transfigurado em serventia pública (ainda em 1936) com a esquadra, a taverna do «João do Canto›, e casas de habitação.[Araújo: 1939]
Convento das Trinas do Rato, fachada principal [1968] Largo do Rato Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente |
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