O Café-Restaurante «Martinho da Arcada» é o mais antigo de Lisboa, pois
data de 1782. Era então a «Casa da Neve», mas logo dois anos depois se
intitulava «Casa de Café Italiana», e pertencia a Domingos Mignani;
pertenceu, já no decorrer adoentado do século passado [XIX], a Martinho
Bartolomeu Rodrigues (e dai o nome de Café-Martinho «da Arcada», por
oposição ao Martinho, no antigo Largo de Camões, ao Rossio, e que foi
fundado, mais tarde, pelo mesmo Rodrigues).
Café Martinho da Arcada |1942| Praça do Comércio (Terreiro do Paço) Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente |
O estabelecimento, que até
há pouco tempo mantinha uma aparência discreta de oitocentos, foi
remodelado no ano passado [1937] por Alfredo de Araújo Mourão, seu
proprietário desde 1925.
(ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XII, p. 29. 1939)
Este café tornou-se famoso por ter sido frequentado por Fernando Pessoa, mas também teve como clientela Lopes Mendonça, Afonso Costa, Manuel da Arriaga, Bernardino Machado, França Borges, Cesário Verde, António Botto, Augusto Ferreira Gomes e António Ferro. O chamado Grupo do Orpheu assentou arraiais no café e Almada Negreiros aí declamou o seu Manifesto Anti-Dantas.
Em 1782, quando abriu ao público vendia bebidas e sorvetes. Também se adquiriam neste estabelecimento os bilhetes para as seges que
faziam o percurso entre o Terreiro do Paço e Belém.
Este café foi classificado imóvel de interesse público.
Café Martinho da Arcada |c. 1914| Praça do Comércio Charles Chusseau-Flaviens, in Lisboa de Antigamente Nota(s): O local não se encontra identificado pelo fotógrafo. |
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