«O bote
cacilheiro, é o gigante dos catraios [bote pequeno]; rijo de borda,
aguentando muito mar, e com alterosa vela triangular, não de espicha,
mas içada ao topo do mastro, e engatada na proa, impina-se
arrogantemente para ré. Enfunada com a grande corda de vento que apanha
d'alto abaixo, arroja o bote n'um ápice
de Lisboa a Cacilhas, que é o seu porto. Antes da instituição da
companhia dos vapores do Tejo, em 1838, os botes cacilheiros faziam
carreiras alternadas com as faluas [que tinham duas velas]; hoje há
muito poucos, e nas horas desencontradas das viagens dos vapores da
companhia é que fazem algumas carreiras. Actualmente ha uns 300 botes matriculados em Lisboa.»
(in Archivo pittoresco, vol. 3, p. 262, 1860)
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