O «chalet das Cannas» constituía uma das referências mais importantes
da paisagem romântica do jardim do Campo Grande em finais do século XIX (1888).
Localizava-se no lado ocidental do Passeio, junto ao Palácio Pimenta.
Autêntica obra de arte romântica, decorado com bambus e cortiça, era
motivo de espanto e admiração de todos os visitantes.
Esta obra, da autoria de António Cordeiro Feio, que foi administrador do parque do Campo Grande, era considerada na época um «modelo de bom gosto e perfeição.»
(in Manuel Rui dos Santos, O Campo Grande)
Jardim do Campo Grande: Chalet das Cannas [c. 1900] |
«(…) os jardins [do Campo Grande] com o seu microscópico museu, mais conhecido pelo Chalet das Cannas (…).
«Tudo ali é perfeito e digno da mais detida inspecção.
«Desde as portas bordadas a lasulite, que deixam penetrar nesta mansão rendilhada, habitada sem dúvida por hariolos e fadas, os indecisos vapores violáceos e argênteos das correntes vivas que alimentam vários aquários, onde peixes exóticos e indígenas se misturam e ostentam formas esquisitas e fantásticas, até às tépidas transparências das janelas ogivais, com enfeites de plantas campestres, coando apenas a luz tão intensa do exterior. (…)
«Tudo ali é perfeito e digno da mais detida inspecção.
«Desde as portas bordadas a lasulite, que deixam penetrar nesta mansão rendilhada, habitada sem dúvida por hariolos e fadas, os indecisos vapores violáceos e argênteos das correntes vivas que alimentam vários aquários, onde peixes exóticos e indígenas se misturam e ostentam formas esquisitas e fantásticas, até às tépidas transparências das janelas ogivais, com enfeites de plantas campestres, coando apenas a luz tão intensa do exterior. (…)
Tudo isto realçado ainda pela riqueza duma
ornamentação que não obedece a modelos, que não segue escolas, nem
copia estilos, formada de delgados juncos, vimes e variadas espécies de
bambus e cannas vulgares.» (in O Tiro Civil, Lisboa, 1 Abr.il de 1903, pp.3-4)
Demolido em meados do séc. XX.
Jardim do Campo Grande: Interior do Chalet das Cannas]
At the extreme end of the Campo Grande to the left of the broad way there is a charming little garden which serves as a frame to a fanciful toy house, called the Chalet das Cannas, the whole of the vestibule, tiny rooms, staircase, articles of furniture being made entirely of cork and cane. With these two materials the fancy architect has made pillars, arches and porticoes in the Manueline style. The structure — in its way a little work of art — is worth seeing as a curiosity alone.
(in Lisbon & Cintra; with some account of other cities and historical sites in Portugal, Inchbold, A; Inchbold, Stanley, 1907)
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