Projectado entre 1900 e 1902 pelo arqº. Ventura Terra para Henrique José Monteiro de Mendonça, roceiro em S. Tomé, o edifício construído, de gramática ecléctica, ficou terminado em 1909, data em que foi galardoado com o Prémio Valmor, tendo sido posteriormente classificado como Imóvel de Interesse Público. O júri destacou ainda a «loggia»1, afirmando mesmo que « (...) deveria ser mais amplamente adoptado no nosso pais (...)».
Trata-se de um edifício de planta rectangular, cuja fachada apresenta 3 corpos, um central avançado e dois laterais, aos quais estão adossados duas estruturas térreas, também de planta rectangular. O corpo central, de 3 pisos, caracteriza-se, ainda, pela escadaria de acesso e pelos 3 vãos, que no 2º andar definem uma galeria, com arcos em volta-perfeita, formando uma loggia suportada por pés direitos, traduzindo uma linguagem neo-renascentista, dando, tal como no 1º andar, para uma varanda corrida com balaustrada em pedra.
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Palacete Mendonça, Prémio Valmor de 1909 [post. 1909] Rua Marquês de Fronteira, 18-28 Paulo Guedes, in Lisboa de Antigamente |
No interior merecem destaque o vestíbulo coberto por cúpula envidraçada, evidenciando uma certa monumentalidade e efeito cenográfico, a partir do qual se desenvolve a monumental escadaria de acesso ao piso nobre e a feição decorativa neo-rócocó patente nos espelhos e estuques do tecto e das paredes da Sala Luís XV. Exteriormente surge rodeado por um parque murado, cujo muro de pedra se encontra ornado por um gradeamento em ferro forjado evidenciando apontamentos Arte Nova.
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Palacete Mendonça, Prémio Valmor de 1909 [post. 1909] Rua Marquês de Fronteira, 18-28 Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
1 Loggia ou Lógia é
um elemento arquitectónico aberto inteiramente ou em um dos lados —
como uma galeria ou pórtico — coberto e, normalmente, sustentado por
colunas e arcos.
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