Thursday 9 February 2017

Estação da Parceria dos Vapores Lisbonenses

A Estação da Parceria dos Vapores Lisbonenses — ainda rudimentar, deve dizer-se — data neste sitio de 1904 e substitue uma primitiva ponte, com seu barracão, e cujos restos ainda ali vês, cem metros a nascente, junto ao terreno marginal das «carreiras» do antigo Arsenal de Marinha.

 

Ponte de acesso à Estação da Parceria dos Vapores Lisbonenses  [1912]
Cais do Sodré
Joshua Benoliel, in AML

Era, então, o Cais do Sodré uma pequena praça à beira-Tejo, na qual se situava a Parceria dos Vapores Lisbonenses, de onde partiam os vapores para Cascais e para a outra banda. Aqui encontramos Ramalho Ortigão e Trindade Coelho. O primeiro, junto à ponte dos vapores, acaba de adquirir um bilhete de ida e volta no vapor de Cascais. Setenta minutos dura a viagem e custa dez tostões. «Embarcamos (...) Magnífico espectáculo. Diante de nós estende-se em toda a sua majestade, como um pequeno Mediterrâneo, o belo Tejo, que cintila sob a bruma aquática como um peito de aço coberto por um véu de gaze, batido pelo largo sol».  

Estação da Parceria dos Vapores Lisbonenses  [Início séc. XX]
Cais do Sodré
Estúdio Novais, in Biblioteca de Arte da F.C.G.
O cacilheiro a vapor Victoria da Parceria dos Vapores Lisbonenses que fazia a carreira Cais do Sodré-Cacilhas [1912]
Fotógrafo não identificado, in AML
 
O primeiro «vapor lisbonense», o Alcântara, foi construído em 1860, nos estaleiros de Hugh Parry situados em Alcântara e destinou-se à nova carreira fluvial entre o Cais do Sodré e Pedrouçoscom escalas em Alcântara e Belém, que seria inaugurada em Janeiro de 1861. Era propriedade de Frederico Guilherme Burnay que, em 1899, juntamente com Hersen, funda a «Parceria dos Vapores Lisbonenses».

Enquadramento da  Estação da Parceria dos Vapores Lisbonenses  [1950]
Cais do Sodré; Jardim Roque Gameiro
Eduardo Portugal, in AML

Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XIII, p. 41, 1939.

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