A construção dos Armazéns
Grandella, no início do séc. XX, deve-se à iniciativa do empresário que
lhes deu nome, Francisco de Almeida Grandella. Projectados pelo francês
Georges Demaye, especialista em arquitectura do ferro, que, inspirado
nos armazéns franceses Samaritaine, adoptou para estes armazéns em
Lisboa uma estrutura de ferro fundido, seguindo um gosto Arte Nova, mas
sem esquecer a arte decorativa portuguesa. Envolvidos no processo de
construção, estiveram, para além do arquitecto referido, o engenheiro
Ângelo de Sárrea Prado (notabilizado pela construção dos
caminhos-de-ferro em África) e o construtor civil João Pedro Santos
(responsável pela construção da Penitenciária de Lisboa).
Armazéns Grandella [post. 1907] Rua Áurea, 205-217 À esquerda, a Rua da Assunção António Novais, in Lisboa de Antigamente |
Trata-se de um
edifício de duas fachadas, com acessos pela Rua Áurea (vulgo do Ouro), onde Grandella
já tinha um estabelecimento comercial, e pela Rua do Carmo,
desenvolvendo-se em 11 andares a partir da Rua do Ouro e em 6 pisos a
contar da entrada da Rua do Carmo. A fachada da Rua do Carmo, andar
nobre da casa, exibia um relógio monumental, onde duas figuras de
ferreiros batiam as horas, o qual encimava dois baixos-relevos
representando a Verdade e o Comércio. Por sua vez, as colunas entre as
portas ostentavam medalhões esculpidos na cantaria com o lema da casa: Sempre por bom caminho e segue. À época da sua inauguração, Abril de
1907, os Armazéns Grandella foram um exemplo de engenharia e
arquitectura de vanguarda, um exemplo de comércio moderno e um exemplo
ímpar nas relações sociais patrão-empregado. Objecto de destruição pelo
grande incêndio que devastou a zona do Chiado em 25 de Agosto de 1988,
os Armazéns Grandella reabriram ao público, após a sua reconstrução, em
1996.
Armazéns Grandella [1960-12] Rua do Carmo Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente |
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