Foi no famoso Hotel Central (encerrado em 1919), o melhor hotel de Lisboa desse tempo, onde se hospedavam reis, presidentes e figuras ilustres, como Júlio Verne (que lá jantou duas vezes), que Carlos da Maia viu pela primeira vez Maria Eduarda:
«Entravam então no peristilo do Hotel Central — e nesse momento um coupé da Companhia, chegando a largo trote do lado da Rua do Arsenal, veio estacar à porta.[...] Craft e Carlos afastaram-se, ela passou, com um passo soberano de deusa, maravilhosamente bem feita, deixando atrás de si como uma claridade, um reflexo de cabelos de oiro, e um aroma no ar.»(in Eça de Queiroz, Os Maias 1888)
Praça Duque da Terceira [1858] Praça Duque da Terceira, o Relógio de Sol e o Hotel Central Amédée de Lemaire-Ternante, , in Lisboa de Antigamente |
De acordo com olisipógrafo Noberrto de Araújo, a configuração desta praça dos «Remolares», era muito diferente da actual: «Há sessenta anos [c. 1880] o mar chegava sensivelmente aonde corre a linha do eléctrico» [...]
«Ao centro desta Praça onde se ergueu o monumento ao Duque da Terceira, existiu até 1874 (não sei desde quando) um relógio de sol que assentava sôbre um pedestal acima de uma escadaria circular. A «Merediana dos Remolares» ou «do Cais do Sodré», que muita chalaça mereceu aos alfacinhas, era, afinal de contas, mais leal que os relógios das torres.»
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