Sunday, 26 July 2015

Igreja de S. Jorge de Arroios

Esta igreja terá sido erguida entre 1820-1828, depois da anterior ter ficado destruída pelo sismo de 1 de Novembro de 1755. Foi demolida por volta de 1970. Eis como a descreve o mestre Norberto de Araújo nas suas «Peregrinações em Lisboa»:
   "Na sua simplicidade, fachada banal com uma única porta e com três janelas envidaraçadas, tudo liso, apenas com um apontamento arquitectónico nas pilastras de ordem jónica —  é esta a Igreja de S. Jorge de Arroios. Podemos fazer-lhe uma pequena visita.
   S. Jorge de Arroios é uma das mais pobres igrejas de Lisboa embora, cheia de claridade, e — simpática. Possue uma única nave. Ostenta quatro capelas laterais: do lado esquerdo, a começar da entrada do templo, a primeira capela é de S. Miguel, N.ª S.ª do Carmo e N. S. do Perpétuo Socôrro, e a segunda (antiga do Santíssimo) é do Senhor dos Passos e de N.ª S.ª das Dôres; do lado direito as capelas são do Sagrado Coração de Maria e de Santa Terezinha, a primeira, e do Sagrado Coração de Jesus e Santa Cecília, a segunda. Nos topos há os altares pequenos de Santo António e de N.ª S.ª de Fátima.
A capela-mór guarda hoje o Santíssimo no centro do altar, e sôbre ela a imagem, tão graciosa, embora sem valor artístico, de S. Jorge; aos lados N.ª S.ª da Conceição e S. José.
   O grande interesse da Igreja é, porém, o Cruzeiro — considerado monumento nacional."

Igreja de S. Jorge de Arroios |Início séc. XX|
Confluência da Rua Carlos José Barreiros (1916), antiga Estr. das Amoreiras e Rua de Arroios/R. Alves Torgo (1925), antiga Estr. de Sacavém.

José A. Bárcia,  in Lisboa de Antigamente

O padrão-cruzeiro é uma homenagem de D. João III e do senado da Câmara à memória da Rainha Santa Isabel, medianeira das pazes entre D. Afonso IV e D. Dinis prestes a entrarem em batalha no campo de Alvalade. É obra dum escultor portuense cujo nome se perdeu e apresenta numa face Cristo Crucificado; na outra, N. Senhora da Piedade com Jesus descido da Cruz no regaço e, por baixo, S. Vicente segurando a nau e os corvos numa mão e a palma do martírio na outra. Foi primeiramente erigido no largo, resguardado por uma cobertura em pirâmide assente em quatro pilares de cantaria, donde foi retirado em 1837. 
Em 1895 a paroquial de S. Jorge de Arroios recebeu obras e o cruzeiro passou da sacristia para o adro coberto da igreja de Arroios.

Cruzeiro da igreja de São Jorge de Arroios |Início séc. XX|
José A. Bárcia,  
in Lisboa de Antigamente

Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa,  vol. IV, p. 84, 1938.

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