Lisboa, terça-feira 11 de Agosto.Desengano agradável. Não tinha esperado tanta cor desta cidade. Uma outra Génova, mas mais colorida, mais meridional, mais natural, com magníficas ruas elegantes e as Avenidas, com os seus cafés. E, contudo, burros e mulheres de cesto à cabeça nas ruas secundárias: grande estadão no meio da pobreza e miséria no meio do luxo, este magnífico contraste dos países meridionais.As pessoas não são tão altivas como em Espanha, nem tão bela e fortemente morenas. E não têm aquele orgulho dos «caballeros», embora passem igualmente todo o dia a mandar engraxar os sapatos. Por aí deambulo horas a fio: as lojas abertas, que vendem umas porcarias quaisquer, têm um encanto particularmente primitivo, mais do que as Avenidas, que têm um ar um tanto ou quanto balcânico. [Frank: 2019]
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Avenida da República, 58 com o Campo Pequeno, 1 |1963-06| Antigo Largo Doutor Afonso Pena, antes Campo Pequeno ou Largo do Campo Pequeno. Prédios demolidos (moradia incluída) pouco tempo depois de «batida a chapa» em 1963 por J. Goulart. Actualmente ocupado pelo antigo edifício de escritórios Cosec. Ao fundo à esq. — junto ao arvoredo — nota-se, parcialmente, o Viaduto Ferroviário de Entrecampos. Artur Goulart, in Lisboa de Antigamente |
Erigido na Avenida da República, 32, em 1946, de acordo com o projecto do arq. Pardal Monteiro, o edifício na imagem abaixo destaca-se pela fachada que evidencia o elemento central da composição, com saliência e ritmo marcado pela sucessão de janelas e varandas, culminando na pérgula que o coroa. Em 1983, foi alteado com um corpo de três pisos recuados, projectados pelos arquitectos Leão Miranda e Hestnes Ferreira, que respeitaram a estrutura original da pérgula e a reinterpretaram na cobertura de forma mais complexa, com um belvedere. A qualidade dessa intervenção rendeu ao edifício o Prêmio Eugênio dos Santos de 1991.

