As acomodações deste mercado podem recolher 1000 bois, 2000 ovelhas, carneiros e cabras, 500 porcos e 200 cavalos.
Em 1888 é fundado — entre as actuais avenidas Cinco de Outubro e da República — o Mercado Geral de Gados. Foi construído por uma sociedade particular de José Maria Pereira de Lima e António Vitor Reis e Sousa, em acordo com a Câmara Municipal de Lisboa. O risco foi do arq.º Parente da Silva, e sofreu modificado pelo arq.º Machado Faria e Melo. Depois de desactivado em 1952, foi, implantado neste local o recinto da Feira Popular.
Em 1888, a Câmara de Lisboa rectificou a concessão, que anteriormente fizera, para a construção e exploração de um mercado permanente de gado, constituindo-se a Companhia do Mercado Geral de Gados, para a venda e exposição de toda a qualidade de animais úteis à vida doméstica,devendo os introdutores de gado pagar determinadas quotas, por cabeça, e tendo-se estabelecido que todo o o gado destinado ao consumo da cidade recebesse naquele mercado o primeiro exame de sanidade.O Mercado Geral de Gados foi instalado nos terrenos existentes entre o Campo Pequeno e o Campo Grande [entre as avenidas Cinco de Outubro e da República], numa área de 200 metros de largura por 100 metros de comprimento. Na frente principal, três largos portões de ferro, formados por pilares de cantaria, ligam para os lados com duas cortinas de grades, no limite das quais há outros dois portões. Seguem-se de cada lado dois pavilhões, de dois pavimentos, destinados a secretarias, e a eles se ligam outras duas construções só de pavimento térreo para abrigo do gado caprino, lanígero e ovídeo. Nos ângulos desta frente erguem-se dois frontispícios semelhantes à frontaria dos pavilhões.
Dos lados norte e sul são as abegoarias do gado bovino. Do lado ocidental fecham o mercado construções semelhantes à da frente principal, tendo ao centro uma grande cavalariça. O edifício onde se concluem as transacções, denominado Bolsa, está no meio do Mercado, constando de dois octógonos, circunscrito e inscrito paralelamente, e coroado por grande cúpula com seu lanternim; o octógono exterior tem um raio de 20 metros e o octógono interior um raio de 14 metros; a altura máxima desta construção é de 31 metros.
O espaço de 6 metros, que há entre os dois octógonos, é dividido em gabinetes para uso dos corretores ou negociantes de gado. Há ainda telheiros para exposições e uma enfermaria para tratamento dos animais que ali adoeçam.As acomodações deste mercado podem recolher 1000 bois, 2000 ovelhas, carneiros e cabras, 500 porcos e 200 cavalos. Pelo desenvolvimento que têm tomado os mercados de Lisboa se pode também aquilatar o aumento da sua população nos últimos cem anos. [1]
Mercado Geral de Gados [ant. 1952] Gado pastando no recinto do Mercado Geral de Gados; ao fundo, a Avenida Cinco de Outubro. Judah Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
Bibliografia
1 MESQUITA, Alfredo, Lisboa: Perspectivas & Realidades, p. 583, 1903.
1 MESQUITA, Alfredo, Lisboa: Perspectivas & Realidades, p. 583, 1903.
Em primeiro lugar, Parabéns pelo trabalho que vêm realizando, mas tenho uma observação a fazer em relação a este artigo em particular. O dito mercado geral de gados não pôde ser instalado entre as avenidas 5 de Outubro e a da República em 1888, pelo óbvio motivo que em 1888 ainda estávamos em tempos de Monarquia.
ReplyDeletePor acaso não sei qual seria o nome destas mesmas ruas antes da República, se é que existiam com a configuração actual.
Continuem com o bom trabalho.
Grato pelo apreço. Como calculará estou ciente que esses arruamentos não tinham sido rasgados na época. Só referi as as avenidas para melhor compreensão. O texto deveria rezar: "entre as ACTUAIS avenidas...", Vou corrigi-lo,
DeleteDiz-se acima que ao fundo é a Av. das Forças Armadas . É agora porque antigamente era a Av dos Estados Unidos da América , porque a actual ainda não existia , porque naqueles campos se semeavam trigo ou cevada e outras culturas
ReplyDeletePara ser mais correcto,, antes disso o nome daquele troço da actual Av. EUA era "Campo 28 de Maio".
Delete
ReplyDeleteQue trabalho bem feito e interessante.
Que cúpula imponente.
Qual deles? O nosso ou o do mercado? Ou ambos? Grato pelo apreço.
ReplyDeleteBelas imagens !!!!
ReplyDeleteExcelente! Obrigado!
ReplyDeleteOlá!! Primeiro que tudo, muitos parabéns por esta pesquisa impressionante! Sou estudante de Arquitectura e estou a fazer um levantamento histórico sobre a zona de Entrecampos. Estamos com algumas dúvidas sobre o que aconteceu ao certo na Central de Pasteurização de Lisboa, na atual Rua Sanches Coelho, uma paralela à Av 5 de Outubro. Será que detém alguma informação sobre a mesma? Muito obrigada!
ReplyDeleteGrato pelo apreço. Infelizmente não dispomos de registos sobre a
DeleteR. Sanches Coelho. Cumptos
Se me for permitido pelo ilustre Blogue, poderei talvez dar uma pequena ajuda, a Inês Bispo. De facto, essa 'Central de Pasteurização de Leite', era um Serviço Municipal,que fazia a receção de leite da União das Cooperativas de Abastecimento de Leite -UCAL-, que depois era distribuído pela cidade- e mais concretamente dirigida, pela DSA- Direção Municipal Abastecimentos, na altura sita na Rua do Machadinho nº 20.A CPL não sei concretamente, em que ano deixou o local onde estava instalada, talvez 1989/90... Mas posso assegurar que posteriormente nesse local a CML, instalou, vários Serviços Municipais, sendo um deles o DAU - Departamento de Abastecimentos Urbanos.
ReplyDeleteAgora, o endereço da CPL, era Rua da Cruz Vermelha, efetivamente uma transversal da Av. 5 de Outubro,quem vem da Av. das Forças Armadas, era a primeira rua a direita, andava-se pelo passeio do lado direito uns 20 metros e eramos confrontados com um enorme e imponente portão de acesso as suas instalações. Tenho quase a certeza, que a CPL terminou as suas funções como central de pasteurização de leite, quando saiu do local onde estava instalada, talvez, por volta de 1989/90.... No entanto, para uma informação mais elaborada e credível, contacte a C.M. LISBOA, pois existe um Serviço Municipal especifico, capaz de a esclarecer devidamente.
Faço nota, que todo aquele local, foi totalmente transformado.Em 2005, ainda se encontravam lá serviços municipais , mas acabaram por sair um pouco mais tarde, assim como já tinha saído antes o MARL -Mercado Abastecedor Região Lisboa -essencialmente comercialização de produtos hortícolas e frutas. Quanto aos serviços municipais, que mencionei, aparecem na atualidade com outras designações, devido a restruturações dos serviços.