(...) deslizavam carros eléctricos pintados dum amarelo ovo magnificente. E a tilintada surpreendia o meu ouvido...
(AQUILINO, Aquilino, Lápides Partidas)
Os bancos do eléctrico, de um entretecido de palha forte e pequena, levam-me a regiões distantes, multiplicam-se em indústrias, operários, vidas, realidades, tudo. Saio do carro exausto e sonâmbulo. Vivi a vida inteira.
(Bernardo Soares/Fernando Pessoa. (1888-1935). Livro do Desassossego)Panorâmica da encosta do Castelo, a partir da Rua da Palma [1949] Antes das demolições da Mouraria; cruzamento com a Rua Fernando da Fonseca; antigo Teatro Apolo. Paulo Guedes, in Lisboa de Antigamente |
Rua da Palma [1949] Antes das demolições da Mouraria; cruzamento com a antiga Rua Martim Moniz [Guia] Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente |
Norberto de Araújo recorda-nos a origem do topónimo Palma: «Esta Rua, desafogada, hoje constituindo uma única artéria, das traseiras de S. Domingos ao Intendente, divide-se em dois troços. O
primeiro chega só à Guia [actual Pç. de Martim Moniz, vd. foto abaixo] e é muito antigo, havendo sido nos séculos
velhos arruamento dos comerciantes alemães que cultivavam religiosamente
a lenda da palma que florira na sepultura do cavaleiro cruzado Henrique, sacrificado na Tomada de Lisboa, em 1147; foi rua sempre estreita, muito mais do que hoje é, bastante mercantil, caracterizada pelos negócios de ourives e prateiros. »
(ARAÚJO, Norberto de, «Peregrinações em Lisboa», vol. IV, pp. 24-25)
(ARAÚJO, Norberto de, «Peregrinações em Lisboa», vol. IV, pp. 24-25)
Rua da Palma [1921-12-25] Antes das demolições da Mouraria; trânsito caótico em Domingo de Natal. C. Salgado, in Lisboa de Antigamente |
Rua da Palma [finais da década de 1950] Depois das demolições da Mouraria; Av. Almirante Reis. Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente |
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