Já agora anota este palacete que se encosta, pelo lado nascente à entrada do jardim do Hospital [dos Capuchos]: é uma construção equilibrada que remonta à época do levantamento do Paço da Rainha, na Bemposta — recorda o ilustre Norberto de Araújo — , e cujas transformações não lhe tiraram o carácter. Foi solar de habitação — segundo tradição, mas sem documentos suficientes a demonstrá-lo — de açafatas da Rainha D. Catarina, e, de sucessão em sucessão, chegou à posse de umas servas das últimas descendentes das primitivas donas. Em 1900 adquiriu o edifício o Sr. Dr. António Centeno, que nele fez algumas obras, mandando erguer uma capela no local interior da casa, onde existira uma primitiva, mas que desaparecera. [Araújo: 1938]
O Palácio das Açafatas, ou Palácio Centeno, foi mandado construir no século XVII pela Rainha D. Catarina de Bragança (1638-1705) para as suas as aias (açafatas) inglesas, que não eram meras criadas, mas sim moças fidalgas, suas confidentes, nas proximidades do que mandou construir para si própria, o Paço da Bemposta (marcando o seu regresso à corte portuguesa em 1693). O Paço conserva pouco mais do que os dois portais, conferindo uma expressão marcadamente seiscentista à frontaria.
Palácio das Açafatas, ou palácio Centeno [c. 1900]
Alameda de Santo António dos Capuchos, 1-5
Machado & Souza, in Lisboa de Antigamente |
Pelo contrário, o Palácio das Açafatas encontra-se relativamente bem conservado e apresenta uma noção de escala e gosto característicos do barroco português setecentista (apesar das intervenções nos séculos XIX e XX). Para se entender esta mudança de gosto é importante focar um brevíssimo perfil da encomendadora enquadrado na complexa conjuntura política que ditou o seu casamento com Carlos II de Inglaterra (1630-1685) e posterior regresso a Portugal e considerar os aspectos mais significativos do edifício no contexto da arquitectura áulica [palaciana] Portuguesa do início do século XVIII.
Palácio das Açafatas, ou palácio Centeno [c. 1910]
Alameda de Santo António dos Capuchos, 1-5
Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
Com o decorrer dos anos, o Palácio sofreu algumas alterações, sendo as
mais significativas, as realizadas após a sua aquisição, cerca de 1900, por António Centeno, que então realiza obras, incluindo a construção da capela, donde herdou o nome pelo qual é hoje
conhecido — Palácio Centeno.
O seu interior é rico em azulejos do séc. XVIII, considerados como
exemplares de grande interesse na história da azulejaria portuguesa. Os tectos da sala nobre são decorados com pinturas de grande delicadeza, de
cunho marcadamente novecentista, atribuídos a Bigaglia.
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