O Palácio dos Condes de Carnide é uma fundação do século XVIII, ainda que o seu núcleo primitivo de casas nobres remonte, sem dúvida, ao século XVII, e a parte rústica seja muito mais antiga. e, que, com sua quinta, matas, jardins, granja rústica e anexos, ocupa uma larga área, que chega a Benfica, tem a sua frente orientada a Norte, sobre o Largo do Jogo da Bola. Mostra um conjunto de fachadas e de anexos que bem diz da sua grandeza antiga.
O Palácio dos Condes de Carnide, foi construído cerca 1763 pelo cónego José António da Cruz. Em 1805 nasce na propriedade José Street de Arriaga Brum da Silveira (1805-1885), 1º visconde de Carnide; reconstruído no séc. XX na sequência de um grande incêndio, responsável pela quase total destruição do interior do imóvel.
No jardim, que se
desenvolve contiguamente ao alçado posterior da casa, observam-se
painéis de azulejos setecentistas monocromos.
A Fachada Principal, constituída por seis corpos [cinco após reconstrução: vd. 3ª imagem]. de edifícios contínuos e ligados, e nela dezasseis janelas de peito, de guilhotina; no andar nobre, onde se nota também. uma alta fresta envidraçada, iluminante; um andar superior sobre os dois corpos de extremidade Poente, construção do terceiro quartel do século passado com cinco janelas iluminantes e três mansardas [demolidas]; o pavimento térreo com várias janelas gradeadas e três portas, sendo uma delas, n.º 7, a principal do palácio, emoldurada de cantaria simples (na frente destes seis corpos, sobre a rua, estão colocados treze marcos de pedra).
No Palácio de Carnide esteve instalado o quartel general do general Conde de Bourmont, das forças miguelistas que atacaram Lisboa (1883). Muitas foram as personalidades de nome que, episodicamente, se instalaram, em várias épocas, no palácio, entre os quais o Marquês de Pombal, por duas vezes, no tempo de Joaquim Inácio, e no actual século [XX] o conselheiro e estadista João Franco Pinto Castelo Branco, genro da 1.ª Condessa de Carnide, D. Sofia Lívia Ferrari Schindler. [Araújo: IL 1952]
N.B. O topónimo "Jogo da Bola" faz referência, muito provavelmente, às actividades de lazer próprias de nobres e de burgueses, nos séculos XVIII a XIX. O largo está situado junto ao Palácio dos Condes de Carnide e o terreno foi até ao século XIX pertencente à Quinta. Como indica Adélia Maria Caldas Carreira na sua comunicação nas 4ªs Jornadas de Toponímia de Lisboa: “É provável que esse terreno, enquanto ainda parte integrante da Quinta, constituísse o local escolhido para as práticas desportivas dos proprietários e respectivos convidados, especialmente para o jogo da bola ou da péla.” Este jogo era bastante apreciado pela nobreza e burguesia até início do século XIX e realizava-se em terrenos amplos ao ar livre, com uma bola (de cortiça, forrada a flanela) que era batida com a mão nua. Mais tarde apareceram as luvas e raquetes especiais. A hipótese apresentada seria então que a designação se associasse ao antigo jogo da péla ou da bola praticado pela elite local até ao século XIX e não à prática de futebol, também vulgarmente chamado de “jogo da bola”. (cm-lisboa.pt; monumentos.pt)
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