Sobre este antigo convento, sito na Rua de Santa Marta, refere o olisipógrafo Norberto de Araújo o seguinte:
Agora encontramos, à direita, um enorme casarão, em cujos baixos está instalada a esquadra da policia de Santa Marta, edifício que corresponde ao Convento de Santa Joana (Princesa), que bastante nomeada teve em Lisboa.
No século XVII por estes sitios campeavam as casas e quintas de D. Álvaro de Castro, senhor do Paúl de Boquilobo, que em seu testamento deixara uma boa parte da propriedade destinada à construção de um hospício para Missionários da Índia. Fundou-se nela, porém, em Novembro de 1699, um convento de frades dominicanos. Meio século andado, poucos religiosos restavam em clausura, e, assim, e porque o Terramoto destruíra os conventos das dominicanas da Anunciada e da Rosa, estas religiosas vieram ocupar êste convento «ao Andaluz», que pouco sofrera com o cataclismo, e que o Rei D. José fêz restaurar.
Extintas as ordens religiosas, o convento subsistiu até à morte da última freira; depois ficou ao abandono até que a Câmara Municipal e a Repartição respectiva do Ministério da Fazenda se entenderam (1884) para que a cerca fosse retalhada para urbanização, poupando-se o casarão, que foi aproveitado pelas Juntas de Paróquia vizinhas para serviços de assistência pública.
Depois de 1910 começou a casa, bastante decrépita, a servir de arquivo de vários serviços públicos. Desde há anos estão nela instalados parte do Arquivo da Contabilidade Pública e do Arquivo Histórico do Ministério das Finanças, as Inspecções dos Fósforos e dos Tabacos, o Arquivo da Inspecção do Comércio Bancário, algumas repartições das Obras Públicas, vários serviços de beneficência da Misericórdia, a 16.ª esquadra da polícia (Santa Marta), e uma garagem da polícia de Lisboa.
Para muito deu o Convento de Santa Joana (Princesa de Portugal).»
(ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XIV, p. 87, 1939)
Para muito deu o Convento de Santa Joana (Princesa de Portugal).»
(ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XIV, p. 87, 1939)
Convento de Santa Joana (Princesa) [1927] Rua de Santa Marta Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
E «para muito mais dará» — dizemos nós, parafraseando o insigne olisipógrafo Norberto de Araújo, senão vejamos:
O «Grupo Hoti» comprou ao Estado o Convento por 11,2 milhões de €uros e vai converter o edifício do século XVIII num hotel que deverá ter a marca Meliá.
O projecto no Convento de Santa Joana integra uma passagem pública entre as ruas Camilo Castelo Branco e Santa Marta, sendo a sua área total de 18,7 mil metros quadrados. É neste espaço que ainda funciona a PSP. «A parte virada para a Rua de Santa Marta é para reabilitar, e o objectivo é construir neste espaço 40 apartamentos, fundamentalmente para venda a compradores estrangeiros que queiram ter os serviços de apoio do hotel».»
A entrada principal do hotel — de 5*, «ou de 4* superior» — , será feita a partir da Rua Camilo Castelo Branco e deverá contar com 160 quartos, de acordo com o projectado. Segundo as previsões da Hoti, a obra deverá começar em 2015, para o hotel inaugurar em 2017.
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À data está todo desventrado. A única coisa que resta é a fachada - que já nada tem com a de 1927, depois da passagem da polícia pelo edifício.
ReplyDeleteDesventrado???!!!
ReplyDeletehttps://dicionario.priberam.org/desventrado
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