O Palácio Palmela, da Rua da Escola Politécnica, ou do Rato — como é mais conhecido — apresenta um semblante enobrecido pelos restauros do século XIX, coisa alguma mostrando do aspecto primitivo que deve ter tido no final do século XVIII. O Palácio teve aura aristocrática e mundana nos meados da segunda metade do século XIX, mormente desde que foi restaurado em 1865, e até quase ao final do século passado. Pode considerar-se pelo seu precioso recheio artístico — o de maior relevo em Lisboa — um verdadeiro museu. [ARAÚJO: 1952]
Edifício grandioso, de finais do século XVIII, foi projectado em 1792
pelo arqº Manuel Caetano de Sousa. Adquirido em 1823 pelo primeiro
conde da Póvoa, Henrique Teixeira de Sampaio, que encarrega a
arqº Luigi Chiari de efectuar uma campanha de obras. Dessa fase,
resulta o actual aspecto da construção, bem como a capela e a escadaria
nobre. Em 1837, por ocasião do casamento de D. Maria de Sousa, irmã do
proprietário, com o filho do duque de Palmela, D. Domingos de Sousa
Holstein, é despoletada uma nova campanha de obras, centrada na
consolidação do andar superior.
Palácio dos Duques de Palmela, jardins [10 de Fevereiro de 1927]
Fotógrafo não identificado, in AMLPavilhão Escultórico no jardim, atingido na sequência da Revolta de Fevereiro de 1927 |
A fachada principal, virada a Oeste, compõe-se de um corpo único, onde uma cornija saliente marca a passagem para o último piso. Rasgam-se ao longo desta fachada, janelas de secção rectangular, que ao nível do terceiro e quarto piso (ao centro) são percorridas por varandas com gradeamento em ferro forjado.
Palácio dos Duques de Palmela [10 de Fevereiro de 1927]
Fotógrafo não identificado, in AMLParedes e as árvores caídas na sequência da Revolta de Fevereiro de 1927 |
O Palácio sofreu um violento incêndio, em 1981, que destruiu completamente a capela e provocou graves danos no edifício. Os trabalhos de recuperação conseguiram reconstruir o edifício, perdendo-se, no entanto, valiosas obras de arte e muitos dos trabalhos de marcenaria. O edifício e os jardins sofreram danos elevados durante a Revolta de Fevereiro de 1927, devido ao impacto causado por granadas de artilharia (2ª e 3ª imagem).
A ladear a porta principal encontramos duas esculturas alegóricas (1902), aludindo à Força Mental e ao Trabalho, da autoria de Anatole Calmels, (ainda não existentes em 1901, como comprova a 1ª imagem) sendo o remate da entrada coroado por um frontão curvo com as armas dos duques de Palmela dos Sousas de Arronches (as que usavam os Sousas do Calhariz). Actualmente encontra-se aqui instalada a Procuradoria Geral da República.
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Inventário de Lisboa, 1952.
ARAÚJO, Norberto de, Inventário de Lisboa, 1952.
DGPC.
A rua que se vê ao fundo da fotografia "Palácio dos Duques de Palmela [c.1945]" não é a de São Filipe Néri mas sim a Calçada Bento da Rocha Cabral, que vai dar à Mãe d'Água e ao Jardim das Amoreiras.
ReplyDelete26/12/2015 - João Vieira da Rocha
Já corrigido. Obrigado.
DeletePalácio imponente numa das ruas da minha infância. Já me tinha esquecido do incêndio de 1981, só me lembrava do incêndio no edifício da faculdade das ciências no fim dos anos 70.
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