Friday, 27 November 2015

Convento de São Francisco de Xabregas ou Convento de Santa Maria de Jesus de Xabregas

   Neste sitio exacto [Rua de Xabregas] se elevava na segunda metade do século XIII o Paço — melhor diríamos «pousada» — real de D. Afonso III, o Rei que fez de Lisboa capital do Reino (1255-1256), e que nela foi o primeiro a demorar —diz Norberto de Araújo.
   Este Paço foi posto em fogo pelos castelhanos do Rei D. Henrique II, que sitiaram Lisboa em 1373.
   Passados oitenta e dois anos (1455), durante os quais as ruínas se converteram em velhacouto, D. Afonso V doou estes seus terrenos e despojes de casas a D. Guiomar de Castro, Condessa de Atouguia, para esta dona fundar, como era seu desejo, um Convento de Franciscanos, da província do Algarve, intitulado de Santa Maria de Jesus; em 1460 estava a Casa construída com a ajuda de esmolas do povo, e para ela entraram em 17 de Abril nove frades vindos da Ilha Terceira. 
   A Igreja guardava algumas belas obras de arte, entre as quais um retábulo da Virgem de Guido Reni. O Terramoto reduziu tudo a cinzas. Construiu-se depois novo Convento, cuja Igreja tinha a fachada que ali vês.  

Desenho do Paço de Xabregas e parque [1571]
Da obra de Francisco de Holanda, «Da Fábrica que Falece à Cidade de Lisboa»
   
   Em 1834 os seráficos franciscanos, como todas as congregações, foram eliminados da vida conventual. A Igreja foi profanada. Algum tempo depois o casarão serviu de quartel a Infantaria 1, depois aos artífices engenheiros, e ainda ao Batalhão Naval que, em 1839, passou para o Quartel de Alcântara. Em 29 de Julho desse ano decretou o Governo estabelecer em parte do edifício uma Penitenciária ou Casa de Correcção, projecto insólito que não teve realização; foi nessa época também arrendado o antigo Convento à Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonenses, que mal o habitou.  

A antiga Fábrica de Tabacos de Xabregas [1859]
Em primeiro plano, uma fragata com a bandeira da monarquia portuguesa, sobressaindo entre outras embarcações de pequeno porte. No lado esquerdo, vê-se o comboio a passar sobre a Ponte de Xabregas, cujo primeiro troço do Caminho-de-ferro do Norte foi inaugurado em 1856.
Óleo s/ tela, J. Pedrozo, in Palácio Pimenta

Em 12 de Janeiro de 1844 um incêndio devorou o edifício quási integralmente, escapando a Igreja, já profanada e algumas dependências. A fábrica de tecidos arrumou-se durante uns meses no vizinho Palácio Niza, e em 1846 instalou-se no princípio da Junqueira. 

Em 1845, a Fábrica dos Tabacos Lisbonense, estabeleceu-se no antigo Convento de Xabregas.

   Em 1845, enfim, estabeleceu-se neste edifício de Xabregas a Fábrica dos 'Tabacos Lisbonense, e, após o período da Regie, passou ela (1891) a ser da Companhia dos Tabacos de Portugal, e, finalmente (1927) da Companhia Portuguesa de Tabacos.
   Claro que nestes períodos o edifício beneficiou de reparos, e foi ampliado com o prédio que faz a esquina poente da Fábrica.»
(ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XV, pp. 56-57, 1939)

N.B.  A partir de 1962 a fábrica vai para o novo edifício na avenida Marechal Gomes da Costa. Na década de 1980 — na antiga igreja - esteve instalado o Teatro Ibérico.

Convento de S. Francisco de Xabregas, Rua de Xabregas [1944]
Ferreira da Cunha, in Lisboa de Antigamente

2 comments:

  1. I think what you said was very logical. But, what about this?

    what if you wrote a catchier post title? I am not saying your
    information is not good., but suppose you added something
    that grabbed people's attention? I mean "Convento de Sao Francisco de Xabregas ou Convento de Santa Maria de Jesus de Xabregas." is kinda plain. You could peek at Yahoo's front
    page and note how they create article titles to get people to
    open the links. You might add a video or a related pic or two to grab people interested about
    what you've got to say. In my opinion, it might bring your website a little bit more interesting.

    ReplyDelete
  2. Been there and I have to go back, what a great time I had!

    ReplyDelete

Web Analytics