O topónimo advém de uma ermida aqui erguida no século XVI dedicada a
S. José. No meio das quintas, hortas, e olivais que existiam no norte
da cidade, os oficiais de pedreiro e carpinteiro fundaram uma ermida e
chamaram-lhe igreja ou ermida de «S. José de entre as hortas» ou de «S.
José dos Carpinteiros». Em 1567 o Cardeal Infante D. Henrique instituiu
uma nova paróquia que titulou com o nome do santo.
O conjunto de edifícios, de estrutura autónoma e distintos entre si, distribuídos ao longo da Rua de São José (10-42) até ao Elevador do Lavra, incluindo os jardins privativos existentes nos espaços intermédios, encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público.
O edifício com o nº 12-20 [o primeiro à direita na 1ª foto], Palácio das Pedrosas, foi construído em 1764, para residência e panificação do comerciante italiano Tomás Mongiardino, em terrenos aforados por Joaquim Miguel Lopes de Lavre, a Norte do seu palácio. Em 1785 Joaquim Lavre adquire toda a propriedade do edifício que, em 1800, conjuntamente com o contíguo palácio da família [Palácio Lavre ou «Lavra»], é posto à venda pelos seus herdeiros, sendo o conjunto comprado pelo comendador Manuel José da Silva Franco, que nele executa obras conferindo-lhe a sua feição neo-classicista. A fachada apresenta uma estrutura marcada pela disposição de inúmeras janelas, a espaços regulares, tendo sido rasgado ao centro um magnífico portal de gosto tardo-barroco, com volutas que enquadram um pequeno entablamento com escudo em alto-relevo [2ª imagem]. Em 1831 é vendido, em hasta pública, ao desembargador José António Silva Pedrosa, que realiza novas obras. Na sequência de uma penhora, em 1860, é adquirido pelo morgado de Alfeizerão, José de Oliveira de Sousa Leal, que o arrenda para funcionamento da Escola Nacional (1869). Em 1885-86, o então proprietário, Alfredo de Oliveira Sousa Leal, procede a obras que alteram profundamente o edifício. Em 1912 é arrendado à Administração Geral dos Correios e Telégrafos recebendo a curiosa designação de Palácio dos Correios. Em 1994, já propriedade dos CTT, é alvo de obras de conservação do edifício. A tardoz, desenvolve-se um extenso jardim construído em socalcos, cujos terraços são dotados de grades e varandas em cantaria.
O edifício com o nº 22-42 [o segundo, ao fundo à direita, na 1ª imagem], de estrutura mais antiga e gosto pombalino, é composto por dois corpos distintos adossados: um de três pisos, animado pelo rasgamento de vãos rectos de sacada e outro de quatro pisos, mais um 5º piso recuado (posteriormente acrescentado), rasgado por vãos em arco abatido, sendo os do 1º andar de sacada. Ambos os corpos são rematados por platibanda. Organizado em torno de um pátio interior rectangular, acede-se ao seu interior através de uma porta monumental em arco de volta perfeita rasgada no corpo mais baixo do imóvel. Por sua vez, entre o 2º e o 3º pisos do corpo mais alto do edifício podemos observar a pedra de armas da Ordem Soberana de Malta.
O conjunto de edifícios, de estrutura autónoma e distintos entre si, distribuídos ao longo da Rua de São José (10-42) até ao Elevador do Lavra, incluindo os jardins privativos existentes nos espaços intermédios, encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público.
Conjunto de prédios da Rua de São José, 10 a 42 [1900] À dir. o Palácio das Pedrosas n.º, 12-20 Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
O edifício com o nº 12-20 [o primeiro à direita na 1ª foto], Palácio das Pedrosas, foi construído em 1764, para residência e panificação do comerciante italiano Tomás Mongiardino, em terrenos aforados por Joaquim Miguel Lopes de Lavre, a Norte do seu palácio. Em 1785 Joaquim Lavre adquire toda a propriedade do edifício que, em 1800, conjuntamente com o contíguo palácio da família [Palácio Lavre ou «Lavra»], é posto à venda pelos seus herdeiros, sendo o conjunto comprado pelo comendador Manuel José da Silva Franco, que nele executa obras conferindo-lhe a sua feição neo-classicista. A fachada apresenta uma estrutura marcada pela disposição de inúmeras janelas, a espaços regulares, tendo sido rasgado ao centro um magnífico portal de gosto tardo-barroco, com volutas que enquadram um pequeno entablamento com escudo em alto-relevo [2ª imagem]. Em 1831 é vendido, em hasta pública, ao desembargador José António Silva Pedrosa, que realiza novas obras. Na sequência de uma penhora, em 1860, é adquirido pelo morgado de Alfeizerão, José de Oliveira de Sousa Leal, que o arrenda para funcionamento da Escola Nacional (1869). Em 1885-86, o então proprietário, Alfredo de Oliveira Sousa Leal, procede a obras que alteram profundamente o edifício. Em 1912 é arrendado à Administração Geral dos Correios e Telégrafos recebendo a curiosa designação de Palácio dos Correios. Em 1994, já propriedade dos CTT, é alvo de obras de conservação do edifício. A tardoz, desenvolve-se um extenso jardim construído em socalcos, cujos terraços são dotados de grades e varandas em cantaria.
Palácio Lavre ou Lavra [c. 1940] Aqui esteve instalada, desde 1869, a Antiga Escola Nacional e depois a Administração Geral dos CTT. Rua de São José, 10 Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente |
O edifício com o nº 22-42 [o segundo, ao fundo à direita, na 1ª imagem], de estrutura mais antiga e gosto pombalino, é composto por dois corpos distintos adossados: um de três pisos, animado pelo rasgamento de vãos rectos de sacada e outro de quatro pisos, mais um 5º piso recuado (posteriormente acrescentado), rasgado por vãos em arco abatido, sendo os do 1º andar de sacada. Ambos os corpos são rematados por platibanda. Organizado em torno de um pátio interior rectangular, acede-se ao seu interior através de uma porta monumental em arco de volta perfeita rasgada no corpo mais baixo do imóvel. Por sua vez, entre o 2º e o 3º pisos do corpo mais alto do edifício podemos observar a pedra de armas da Ordem Soberana de Malta.
Palácio das Pedrosas (Administração Geral dos CTT) [c. 1912] Rua de São José, 12-20 (ao fundo vê-se o Palácio Lavre ou «Lavra» no n.º 10) Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
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Trabalho extraordinário. Passei hoje pela rua de São José e admirei estes três palácios aqui referidos mas não consegui obter informações sobre as suas histórias por parte das pessoas que os ocupam hoje em dia. Mas o vosso site satisfaz sempre a minha curiosidade. Obrigada. Elsa
ReplyDeleteAquando de uma das intervenções neste imóvel um funcionário público, dessa altura, negociou com o empreiteiro a compra e transporte das antigas pedras que faziam o chão do pátio onde as charretes entravam. Pedras essas que hoje estão numa moradia nos Olivais (Lisboa) e em algumas delas podem ser encontradas inscrições/referências da época.
ReplyDeleteobrigado
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