Esta artéria pombalina é pobre de edifícios, como vês. Anotemos, porém, o prédio do Banco de Angola, pela sua arquitectura «lavrada», varandas rasgadas, e deselegante exuberância de cantaria. O Banco de Angola — recorda Norberto de Araújo — foi criado em30 de Julho14 de Agosto de 1926, e começou a funcionar. no 3.° andar deste prédio, ao tempo pertencente ao Banco Economia Portuguesa [fundado em 1897].
Tinha por capital social inicial 50.000 contos, repartidos em partes iguais entre o Estado Português e o Banco Nacional Ultramarino. Com a sede social estabelecida em Lisboa, e filial em Luanda, a instituição possuía o privilégio da emissão de notas em Angola, por um período de 25 anos. Por sua vez, o banco deveria pagar uma renda anual de 1.000 contos e conceder um empréstimo de 5.000 contos à colónia.
Rua da Prata. 10-22, esquina com a Rua do Comércio, 57-61 |c. 1900| O Banco de Angola começou a funcionar no 3° andar do edifício do Banco Economia Portuguesa. Garcia Nunes, in Lisboa de Antigamente |
Passou depois para o prédio, que adquiriu — prossegue Norberto de Araújo — na Rua do Comércio, 58 a 64, onde está a Companhia de Seguros «Tagus», e em Novembro de 1930 comprou ao Banco do Comércio e Ultramar este prédio da Rua da Prata [10-22], no qual se instalou.==
Banco de Angola |1928 e 1929|
Novo edifício-sede na esquina coma Rua da Prata, 24-28 esquina com a Rua do Comércio, 58 a 64. Hoje é lá um hotel.
(clicar para ampliar)
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente
Na década de 60, dá-se a expansão de algumas instituições da metrópole, para o ultramar. Os bancos então surgidos alargaram a rede de balcões ao longo de todo o território angolano, conseguindo captar importantes quotas de mercado, e reduzindo os resultados do Banco de Angola. O Banco de Angola alterou então a sua estratégia de desenvolvimento e canalizou-a para a metrópole.
O Banco de Angola foi nacionalizado em 15 de Setembro de 1974.
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BibliografiaARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XII, p. 45, 1939.
bportugal.pt.
Esse hotel não é o daquele labrego do chuto na bola?
ReplyDeleteSe se refere ao "estupor moral", é desse mesmo bimbo.
DeleteCésar Apolónio