Sunday, 1 November 2015

Leitaria Lvso Central

No n.° 27 a 29 está a Leitaria Luso Central — a «Leitaria das Vacas», por ter três cabeças bovinas, douradas por tal sinal, sobre os portaisfoi fundada em 1911 e ampliada, tal qual está, em 1914 [no frontispício  pode ler-se a data MCMXVI] por Norte Júnior Antes de ser leitaria era um estabelecimento de modas de J. Mouta, e uma Tabacaria Gusmão.
 
Leitaria Lvso Central [1931]
Praça Dom Pedro IV, 27-29; edifício do Hotel Metrópole
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente

De acordo com Norberto de Araújo, nas suas Peregrinações em Lisboa, neste local existiu um dos mais antigos botequins do Rossio: «O «Parras», do Pedro das LumináriasJosé Pedro da Silva, que foi grande amigo de Bocage, assentava onde está hoje a citada Leitaria Luso-Central, e datava do fim de setecentos, isto é: quási do começo urbanizado do Rossio pombalino.

Leitaria Lvso Central [1930]
Praça Dom Pedro IV, 27-29
Interior da Leitaria Luso Central e as curiosas cadeiras com desenho de uma cabeça de vaca no espaldar.
Ferreira da Cunha, in Lisboa de Antigamente

O Pedro da Silva fora, antes, gerente do Nicola, e quando fundou o «Parras» (ainda não tinha a alcunha de Luminárias), arrastou uma parte da freguesia atrás dele, poetas e não poetas, os árcades livres e os arregimentados. Chamavam ao botequim o «Parras» porque interiormente se adornava de pinturas de folhas de videira; chamavam ao Pedro o «das Luminárias» porque, ferrenho patriota, eram célebres as iluminações exteriores do botequim quando se dava algum facto favorável à causa real portuguesa, contra os franceses de Junot. O «Parras» extinguiu-se no meado do século passado [XIX]; o Pedro, liberal dos quatro costados, que aos 75 anos ainda era soldado no «batalhão da Carta», morreu em 1862, com 90 anos.==
(ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa,, vol. XII, p. 72, 1939)

Leitaria Lvso Central  [1940]
Praça Dom Pedro IV, 27-29

Kurl Pinto, in Lisboa de Antigamente

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