Wednesday 25 November 2015

Palácio Linhares: Calçada de Arroios, 53

Instituto Militar de Arroios para a Reeducação dos Mutilados de Guerra, Palácio dos Condes de Linhares e antigo Convento dos Padres Lazariscas.


«Nos princípios do século XVIII denominavam-na Calçada de Alvalade (Corogr. Port., vol. III, pág.293), denominação ainda em uso ao tempo do terremoto. O nome era-lhe dado em razão da calçada comunicar com Alvalade (Campo Grande e Campo Pequeno)
(Luís Pastor de Macedo, «Lisboa de Lés-a-Lés», vol. I, p. 180, 1940)

Na Calçada de Arroios ficava a Capela de Nossa Senhora do Pópulo, pertença do Palácio dos Condes de Linhares. Por morte do último titular, foi vendido este edifício, à Casa Palmela, que o cedeu aos Padres da Congregação da Missão de São Vicente de Paulo, mais conhecidos por «Padres Lazariscas», que, na Páscoa de 1902, instalaram ali, provisoriamente, o seu colégio de preparatórios (Escola Apostólica). Por ocasião do movimento revolucionário de 5 de Outubro de 1910, estes padres foram bastante maltratados. Dois deles, O Estado tomou conta do edifício que albergou, por algum tempo, o Instituto Militar de Arroios dos Inválidos da Grande Guerra, e foi demolido em 1937, para dar lugar a uma rua e a construções modernas.
Por altura de obras efectuadas na igreja paroquial (1895-1897 ), celebraram-se lá, os actos de culto da freguesia.
Depois, na posse dos padres da mencionada congregação, a capela passou a ser dedicada a Nossa Senhora das Graças ou, melhor, à Virgem da Medalha Milagrosa, cuja Imagem estava na capela-mor. Nos altares laterais foram colocadas as de São Luís, Rei de França e da Virgem Poderosa, respectivamente do lado do Evangelho e da Epístola.

Calçada de Arroios, 58 [c. 1900]
Portão brasonado do antigo Palácio dos Condes de Linhares; ao fundo, a Rua Visconde de Santarém.
José A. Bárcia, in Lisboa de Antigamente

O Instituto Militar de Arroios foi fundado em 11 de Abril de 1917 pela Comissão de Assistência aos Militares Mobilizados, da Cruzada das Mulheres Portuguesas. Regulamentado no mesmo ano e entregue à direcção do capitão-médico Alfredo Tovar de Lemosue fez a “modificação mais radical de esse labirinto de estreitos corredores, quartos, quartinhos em pisos diversos, verdadeiros remendos de construção, num edifício moderno, confortável, cheio de ar e luz”. O instituto destinava-se a receber, tratar e reeducar profissionalmente os mutilados de guerra, por forma a facilitar a sua reintrodução social e laboral. Concebido como organismo temporário, seria extinto em 1922. [Revista municipal Lisboa, 1960]

Calçada de Arroios, 58 [1917]
Portão brasonado do antigo Palácio dos Condes de Linhares; ao fundo, a Rua Visconde de Santarém.
Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente

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