Monday 17 August 2015

Praça Marquês de Pombal, 18: Palacete Seixas

Em 1900 estava em adiantada fase de edificação o que vem a ser denominado o Palacete Seixas situado num talhão de grande área de terreno na extremidade direita da Avenida da Liberdade, a contornar a Praça Marquês de Pombal e com acesso na retaguarda pela Rua Rodrigues de Sampaio. O projecto, de que se desconhece o autor, teve como primeiro responsável Alberto Pedro da Silva e, posteriormente, Guilherme Francisco Baracho.

A promotora de construção foi D. Carmen Grazilla Castilho da Rocha, mas já em 1908 ele é vendido ao industrial Carlos Seixas (l873-?) – homem de cultura e mecenas de muitos artistas como Sousa Pinto, Carlos Reis, Columbano, Falcão Trigoso, Silva Porto, José Malhoa, entre muitos outros – que promove, nos primeiros anos, algumas alterações: uma garagem com entrada pela Rua Rodrigues Sampaio, n.º 113, um galinheiro e uma estufa. É de admitir que estaria praticamente concluída naquela data.
Palacete Seixas |post. 1908|
Avenida da Liberdade, 270; Praça do Marquês de Pombal, 18
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente


A elegância dos tramos marcados pelas duplas pilastras terminadas no primeiro andar por capitais compósitos, o par de janelas de volta perfeita geminadas, que se abrem de cada lado do gaveto e os óculos iluminantes abertos na cobertura amansardada configuram-lhe uma matriz classicizante de sintaxe arquitectónica com ressonância no ecletismo francês do final do séc. XlX. 
O mirante que lhe rematava a clarabóia central na sua configuração de minarete islâmico é dissonante à estrutura arquitectónica, mas a sua estilização de coreto em miniatura, assentava com aceitável leveza e registo poético no remate geométrico da cobertura. Em Setembro de 1948, um violento incêndio destrói parcialmente o 2.º andar, o sótão e a cobertura.
É desde 1997 propriedade do Ministério dos Negócios Estrangeiros, e alberga o «Instituto Camões». Integra a Zona da Avenida da Liberdade que se encontra Em Vias de Classificação.

Enquadramento do Palacete Seixas na Praça Marquês de Pombal, 18 |1934|
Praça do Marquês de Pombal, 18; Avenida da Liberdade, 270
Pinheiro Correia, in Lisboa de Antigamente

Bibliografia
TEIXEIRA, José de Monterroso, Rotunda do Marquês:«a cidade em si não cabia já» ou a monumentalidade (im)possível, 2002.
instituto-camoes.pt

3 comments:

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    1. Não sei se bem entendi o que pretende. Quer uma cópia da imagem para publicar num outro sitio, é isso?

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