O Largo do Outeirinho da Amendoeira — ainda sitio de S. Vicente — é repousado. A um lado, sul, está o edifício novo da Fundição de Canhões, e, contiguo, um prédio n.º 1, hoje desocupado, integrado na área daquele antigo estabelecimento, e na qual no fim do século passado esteve instalada «A Voz do Operário». Foi o período animado e popular deste pequenino sitio, com as manifestações inocentes e idealistas do 1.° de Maio, os discursos românticos dos operários dos Tabacos, que a multidão aplaudia na rua. [...]
Este outro palacete à nossa direita [esq. na imagem], sobre o Largo e sob o Pátio de S. Vicente, n.º 12-13, e agora pintado de verde, assenta sobre o casco de umas casas que aqui existiram no século XVI; em 1716 pertencia ao Dr. Francisco Quintanilha, e reedificado ainda no século do Terramoto, ou logo no começo do seguinte, era propriedade de Veríssimo José de Quintanilha e Mendonça, transitando depois para a posse da família Morais Sarmento, à qual ainda pertence, e nele habita.
Largo do Outeirinho da Amendoeira |1918| À dir. nota-se o antigo edifício da Fundição de Canhões (ou Fundição de Cima). Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
Sigamos agora por esta rua, que é o princípio do Largo do Outeirinho da Amendoeira, antiga [Rua] do Arco Pequeno, sob o muro do Pátio de S. Vicente; assentou aqui o Postigo do Arcebispo, da muralha de D. Fernando, depois configurado num Arco, desaparecido há relativamente poucos anos.
(ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. VIII, p. 86, 1938)
Largo do Outeirinho da Amendoeira |1949| Local do postigo do Arcebispo ou arco Pequeno de São Vicente da Cerca (ou muralha) Fernandina. Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente |
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