Lojas de Antanho: Casa de Novidades [onde hoje está a Papelaria Fernandes]
O jornal diário A Capital:Diário Republicano da Noite, na sua edição de 29 de Junho de 1916, dedicava um longo artigo às mais antigas e tradicionais lojas da Baixa, mais precisamente aquelas situadas na Rua Áurea, vulgo do Ouro. Sobre a história do estabelecimento denominado Casa de Novidades — e respeitando a grafia da época — o texto rezava assim:
Lembram-se? Na Rua do Ouro, 145 a 149, era ha poucos annos ainda atraz, a loja das Novidades, com alguma coisa de tetrico, com alguma coisa de lugubre até, que lhe vinha d'aquellas corôas e crepes mortuarios, feitas de lindas flores artificiaes.
Era a casa do Pinho que, esquecendo o seu labor de commerciante e abraçando de cada vez mais obececadamente a politica, veio afinal a arruinar a sua casa commercial, tendo, depois, de procurar no Brazil o pão para a sua velhice cançada e desilludida. Mas todo esse aspecto pouco sympathico da Loja das Novidades desappareceu completamente. Tapumes [o que seria de Lisboa sem eles?] muito discretos cobriram por largos mezes a feia fachaada, até que, por fim, o nosso publico estacionou maravilhado em frente de um dos mais elegantes estabecimentos de alfaiateria que tem hoje Lisboa. (...)»(A Capital: diário republicano da noite, Guimarães, Manuel, 1868-1938, ed. com., N.º 2106, 26 Jun. 1916)
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