Aos comerciantes que tinham as suas lojas no Pátio da Capela Real (depois elevada a Igreja Patriarcal de D. João V), pátio com suas arcadas e galerias [vd. Planta de Lisboa anterior ao Terramoto], chamava-lhe o povo os capelistas, e às suas lojas capellas.
As «capelas» e tendas, ou tendas da Capela — explica Norberto de Araújo — onde se «acha tudo o que de mais precioso é no mundo», foram depois do Terramoto armadas nas lojas dos prédios edificados na Rua do Comércio, e daí o chamar-se a essa artéria «Rua dos Capelistas», da mesma forma que os pequenos estabelecimentos «que vendem tudo» por êsses bairros de Lisboa, são conhecidos ainda por « capelistas», casas de «artigos de capela». Fenómenos da evolução dos vocábulos.
Rua do Comércio vulgo dos Capelistas [c. 1890] Praça do Município e Paços do Concelho que ocupa o espaço que era o do Pátio da Capela Real Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Após o terramoto e a restauração da Baixa, estabeleceram-se os mesmos
comerciantes na rua mais próxima do Terreiro do Paço, então designada Rua Nova de El-Rei, mas o povo chamava-lhe Rua dos Capelistas, até que, em 1910, passou a chamar-se Rua do Comércio.
Pela primeira regulamentação toponímica, o decreto régio de 05/11/1760 que consagra as denominações da Baixa Pombalina, foi atribuído o topónimo Rua Nova de El Rei. Depois, por deliberação camarária de 18/05/1889 e edital de 08/06/1889 passou a denominar-se Rua de El Rei. A última denominação desta artéria e que se mantém até aos nossos dias, Rua do Comércio, foi fixada pelo primeiro edital da vereação republicana na edilidade lisboeta, com data de 5 de Novembro de 1910, ou seja, um mês após a implantação da República em Portugal, e nesse edital se procurou substituir os topónimos
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XII, pp. 13-14, 1939.
SENOS, Nuno, O Paço da Ribeira: 1501 - 1581, 2002.
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XII, pp. 13-14, 1939.
SENOS, Nuno, O Paço da Ribeira: 1501 - 1581, 2002.
O administrador de Lisboa de Antigamente é uma pessoa arrogante, que não admite comentários e que os apaga como Antigamente, no tempo da Censura.
ReplyDeleteSó se apagam comentários anónimos e imbecilóides.
DeleteBom dia!
ReplyDeleteAntes de mais nada, parabéns por este blog tão interessante e instrutivo! Consulto-o inúmeras vezes e tem-me ajudado na pesquisa que faço para o romance histórico que actualmente estou a escrever.
Gostaria de saber se há algum contacto possível, pois precisava de vos apresentar uma dúvida relacionada com a Rua que ia ter à Real Casa da Ópera, que penso chamar-se Rua do Arco dos Cobertos, mas que já vi entretanto também como Rua da Capela.
Deixo o meu e-mail e site:
isabelricardo.gabineteliterario@gmail.com
www.isabelricardo.pt
Agradeceriaa imenso o vosso contacto!
Com os melhores cumprimentos,
Isabel Ricardo