O antigo palácio dos Condes de Redondo. na Rua de Santa Marta — uma sombra do que foi, a viver apenas do seu exterior repousado — é uma fundação que não deve recuar mais que ao terceiro quartel do século XVII.
Fê-lo erguer ou reedificar, um dos Condes de Redondo, talvez D. Duarte de Castelo Branco. 7.º do título, vedor da Casa de D. João IV, ou seu irmão e sucessor, 8.º Conde., D. Francisco de Castelo Branco, falecido em 1686 sem descendência nem ascendência masculinas, vagando então para a Coroa a Casa e o Condado de Redondo. É esta a razão por que se viu a Rainha D. Catarina, viúva de Carlos II de Inglaterra, residir neste palácio, «cedido por seu irmão D. Pedro II», quando regressou ao Reino, e antes de a mesma senhora ir habitar o seu Paço da Bemposta. D. Pedro II, em 1693, fez mercê dos bens e título de Redondo a D. Manuel Coutinho, 9.º Conde, filho segundo do Marquês de Marialva, e quarto neto de D. Vasco Coutinho, Conde de Borba, e l.º Conde de Redondo. Este 9.º Conde morreu sem sucessão e a varonia passou para os Sousas, sendo 10.º Conde D. Fernão de Sousa Coutinho; o 18.º Conde D. Tomé Xavier de Sousa Coutinho de Castelo Branco e Meneses foi feito, em 1811, 1.º Marqu4s de Borba.
O Palácio sofreu pouco pelo Terramoto, dada a sua sólida construção,
dando então albergue a muita gente; foi, contudo, objecto de restauros
levados a efeito pelo 12.º Conde, D. Fernando.
A grande quinta dos Redondos e Borbas, que se estendia a Nascente do palácio, e era uma das maiores de Lisboa, foi retalhada em 1878. depois de haver sido comprada por uma empresa urbanizadora do bairro Camões, cujo principal influente foi o Conde de Burnay, era então senhor da Casa, D. Fernando Luís de Sousa Coutinho, 8.º Marquês de Borba, mas continuando o palácio na família Sousa Coutinho. Pertence hoje [em 1949] este antigo palácio — dado a inquilinato — à Condessa de Arnoso, ocupando-o. além de famílias humildes, a Assistência Infantil e a Cantina Escolar da freguesia do Coração de Jesus, duas escolas primarias, uma agência funerária e vários estabelecimentos comerciais.
A grande quinta dos Redondos e Borbas, que se estendia a Nascente do palácio, e era uma das maiores de Lisboa, foi retalhada em 1878. depois de haver sido comprada por uma empresa urbanizadora do bairro Camões, cujo principal influente foi o Conde de Burnay, era então senhor da Casa, D. Fernando Luís de Sousa Coutinho, 8.º Marquês de Borba, mas continuando o palácio na família Sousa Coutinho. Pertence hoje [em 1949] este antigo palácio — dado a inquilinato — à Condessa de Arnoso, ocupando-o. além de famílias humildes, a Assistência Infantil e a Cantina Escolar da freguesia do Coração de Jesus, duas escolas primarias, uma agência funerária e vários estabelecimentos comerciais.
De planta rectangular composta por quatro alas em torno de um pátio também rectangular, apresenta volumetria paralelepipédica. A extensa fachada principal, desenvolvida em dois pisos, é constituída por sete corpos contíguos delimitados por pilastras toscanas, encontrando-se rasgada a um ritmo regular por duas ordens de 22 janelas, sendo as do andar nobre de sacada com guardas de ferro forjado e encimadas por cornija. O portal, emoldurado a cantaria e coroado por um friso com tríglifos, sobrepujado por frontão triangular interrompido no vértice, dá acesso ao pátio interior, no centro do qual existe uma cisterna seiscentista com guarda de cantaria.
No interior merecem destaque a escadaria desenvolvida a partir do átrio
situado ao fundo do pátio, assim como algumas salas com tectos
apainelados e estuques pintados. Está ocupado actualmente pela Universidade Autónoma de
Lisboa, que aí funciona desde os anos 80 do séc. XX.
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BibliografiaARAÚJO, Norberto de, Inventário de Lisboa, 1949.
Muito bom Blog! Com história e trechos de texto!
ReplyDeleteUma sugestão, juntamente com as fotos antigas se colocasse uma foto actual para verificar a transformação seria muito interessante!
Grato pelo apreço. Quanto à sua sugestão já existem outros sites que fazem esse tipo de comparações. De qualquer modo - e com o surgimento do Google - é fácil aos leitores fazerem a pesquisa se a tal estiverem interessados.
DeleteNo final de 80, faziam-se obras para o que veio a ser a universidade, entrei para ver o interior e assisti aos trolhas a partirem toda a azulejaria azul e branca duma da salas. Não havia um intacto... Fui logo embora. Não podiam ter sido salvos?...
ReplyDeleteFormidável Blog.
ReplyDeleteFoi a minha escola primária de 1970 a 1974.
Escola primária 37.
Que memorias de brincadeiras num enorme pátio interior.
Na altura diziamos que havia salas onde existam fantasmas...