Ora da razão do «Arco (do) Bandeira» eu te direi num passo mais adiante — diz Norberto de Araújo. Foi esta curiosa Rua, cujo nome oficial é o de Rua dos Sapateiros, destinada a instalações de lojas daquele ofício e comércio, o que hoje apenas se marca nos lanços transversais de Santa Justa. Não foi pelos sapateiros que se celebrizou, mas pelos seus cafés, dois dos quais notáveis no século passado: o Marrare das Sete Portas e o Montanha.(...)
Este botequim — último botequim do Rossio — «a Tendinha», data de 1840. Representa nesta Praça de D. Pedro que, se moderniza nas lojas dos grandes prédios todos os meses, uma tradição da boémia antiga, do tempo das tipóias e do regresso das corridas do Campo de Sant'Ana. Foi neste botequim que Malhoa descobriu o Amâncio fadista, ladrilheiro de ofício, o modelo do seu célebre quadro «O Fado».
Arco do Bandeira [196-] Rua dos Sapateiros (antiga do Arco do Bandeira) Artur Pastor, in Lisboa de Antigamente |
Falei-te atrás, incidentalmente do Arco do Bandeira. O prédio, com seu arco e janelão, foi construído no final do século XVIII, quando a Praça pombalina ganhava tessitura de edificação urbana, por um capitalista Pires Bandeira, que julgou prudente — ou a Câmara lho impôs (não sei) — regular a fachada central do seu prédio pela da Inquisição.» [ou Palácio dos Estaus, local onde hoje se ergue o Teatro D. Maria] 1
Arco do Bandeira [194-] Rua dos Sapateiros (antiga do Arco do Bandeira) Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente |
Bibliografia
[1] ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XII, pp. 54-75, 1939.
[1] ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XII, pp. 54-75, 1939.
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