Wednesday, 17 February 2016

Palácio do Barão de Quintela e Conde de Farrobo

O Palácio dos Quintelas-Farrobos sito na Rua do Alecrim, erguido entre 1781-1882 pelo desembargador Luís Rebelo Quintela, fidalgo da Real Casa, sobre as ruínas do Palácio do Marquês de Valença (destruído por um incêndio, em 1726, e abandonado até 1777),  traduz um exemplar de arquitectura residencial pombalina, caracterizado por um eclectismo de matriz neo-clássica ou neo-barroca. O palácio foi muito ampliado e enriquecido por Joaquim Pedro Quintela, 1.° Barão de Quintela, sobrinho daquele desembargador, que instituiu o Morgado de Farrobo. O 2.° Barão e 1.° Conde de Farrobo, também Joaquim Pedro Quintela, revestiu o Palácio de ostentação rara em Lisboa. 
Foi neste palácio que se instalou o odioso general Junot em 1807/1808, durante a Primeira Invasão Francesa.

Palácio do Barão de Quintela e Conde de Farrobo [1933]
Rua do Alecrim, 56-72; Rua António Maria Cardoso, 37
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente

De planta rectangular simples, com dois pequenos pátios interiores, do mesmo formato, a que se adossa um corpo também rectangular correspondente às antigas cocheiras, possui jardim murado com pórtico de acesso.
No final do séc. XIX, após a falência do Casa Quintela-Farrobo, é adquirido pelo capitalista Mendes Monteiro, e, posteriormente, herdado por António Carvalho Monteiro — o construtor da Quinta da Regaleira, em Sintra, e a quem toda a Lisboa chamava o «Monteiro Milhões» (ARAÚJO, 1939) — e alguns anos depois, por via matrimonial, passou para a Casa Pombal, cuja família aí mantém residência. 

Palácio do Barão de Quintela e Conde de Farrobo [c. 1910]
Rua do Alecrim, 56-72; Rua António Maria Cardoso, 37
Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente

O interior foi objecto de uma campanha de remodelação e enriquecimento artístico, dirigida pelo arq.º Hildbrandt e pelo cenógrafo e decorador Cinatti, no 1º quartel de Oitocentos, merecendo destaque as alterações estruturais introduzidas, os estuques artísticos e as pinturas a óleo e a fresco de António Manuel da Fonseca e de Wolkmar Machado.
A Classificação como Imóvel de Interesse Público abrange os jardins, os muros e o pórtico de acesso.

Palácio do Barão de Quintela e Conde de Farrobo [c. 1910]
Rua do Alecrim, 56-72; Rua António Maria Cardoso, 37
Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente
 
N.B. A partir de meados de Fevereiro escreve-se um novo capítulo na história deste palácio, a antiga casa do Barão de Quintela abre ao público sob o nome Palácio Chiado. Lá dentro estarão 7 chefs e respectivos conceitos, do sushi aos hambúrgueres, e cerca de 250 lugares sentados.

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