Data de 1803 o aparecimento do omnibus, puxado a muares, para a exploração dos quais se constituiu uma Empresa de Transportes com sede na Praça do Pelourinho. No entanto, incómodos, caros e raros, o povo miúdo pouco beneficiou com eles. Verdadeiramente populares e servindo já vastas zonas da cidade foram os seus sucessores, os carros «americanos», inaugurados em Lisboa em 1874.
O povo utilizava, de preferência, os carros mais baratos e também mais incómodos, como o Carro do Jacinto, o Chora da Empreza Eduardo Jorge ou o Lusitânia, enorme carroção, onde se apinhavam, como sardinha em canastra. Com eles carregavam gaiolas com pássaros, capoeiras de galináceos, trouxas de roupa, transformando os carros em folclóricas feiras ambulantes.
Carro «Americano» |189-| Teatro Nacional D. Maria II Fotógrafo não identificado. in Lisboa de Antigamente |
Os carros «americanos», primeiro, depois os eléctricos, e a inauguração do comboio de Cascais, permitindo um escoamento mais rápido de pessoas e mercadorias, levaram ao abandono progressivo deste meio de deslocação alfacinha.
A aplicação da tracção eléctrica aos carros «americanos» que leva ao aparecimento dos carros eléctricos, cuja primeira linha é inaugurada em Lisboa em 1901 e a aplicação do motor de explosão que levará à invenção do automóvel e do camião de carga, facilitando o transportes de passageiros e de cargas, vão introduzir uma verdadeira revolução nos transportes urbanos (...)
(in O Povo de Lisboa: tipos, ambiente, modos de vida, mercados e feiras, divertimentos, mentalidade, Câmara Municipal de Lisboa, p. XVIII, 1979)
Carro «Americano»|189-| Teatro Nacional D. Maria II Fotógrafo não identificado. in Lisboa de Antigamente |
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