Sunday 15 September 2024

Avenida Almirante Reis, 6

No número 6 da Av. Alm. Reis destaca-se uma fachada de azulejo azul e branco de cariz revivalista evidencia o complexo urbano relacionado com a Fábrica Viúva Lamego que apresenta outras zonas de azulejo de padrão azul e branco e outras ainda com um verde e preto algo islamizante. 

Avenida Almirante Reis, 6 |Inicio séc. XX|
Edifício da Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego, fund. em 1849, embelezado com um vistoso revestimento azulejar que abrange a totalidade da fachada.
Alberto Carlos Lima, in Lisboa de Antigamente

Esta fachada é um exemplo típico de uma arquitectura ou melhor de uma decoração do meio do século XIX. Este interessante edifício está classificado como Imóvel de Interesse Público.

Avenida Almirante Reis, 6 |1970-02|
Edifício da Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego, fund. em 1849, embelezado com um vistoso revestimento azulejar que abrange a totalidade da fachada. Travessa Cidadão João Gonçalves.
João Goulart, in Lisboa de Antigamente

Friday 13 September 2024

Avenida Álvares Cabral

Pelo edital de 18/11/1910 «a Avenida que deve ligar o Largo da Estrella com o antigo Largo do Rato, hoje Praça do Brazil» passa a denominar-se de Avenida Álvares Cabral.

No 1º Edital após a implantação da República, datado de 5 de Novembro de 1910, foram atribuídos ao Largo do Rato o topónimo Praça do Brasil e, à Praça do Príncipe Real, o de Praça do Rio de Janeiro. O primeiro foi em "homenagem ao grande País nosso amigo e irmão e à passagem do seu chefe de Estado por esta capital"

Avenida Álvares Cabral SN|1944|
Antiga Pedro Álvares Cabral
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente

Na realidade, a circunstância do Presidente Hermes da Fonseca ter estado em Lisboa nos dias 4 e 5 de Outubro, conferia ao Brasil a condição de ser o primeiro país a reconhecer o novo regime. Percebe-se assim que o 2º Edital datado de 18/11/1910 denomine a artéria que desemboca na então Praça do Brasil com o nome do navegador português que primeiro chegou às Terras de Vera Cruz: Pedro Álvares Cabral.

Avenida Álvares Cabral N→S |c. 194.|
Antiga Pedro Álvares Cabral
C. Salgado, in Lisboa de Antigamente

Sunday 8 September 2024

Rua de Santo António dos Capuchos

Santo António dos Capuchos (Rua de) — Em 1786 se lhe chamava «Rua Nova de Santo António dos Capuchos». Por esta rua transitou o cadáver da rainha de Inglaterra [Catarina Henriqueta de Bragança, vd. Nota(s)], indo a seu enterro em Belém. [Brito: 1935]
O topónimo do arruamento deriva da Convento de Santo António dos Capuchos (hoje hosp.) — dos religiosos franciscanos da província de Santo António — fund. neste local em 1570.

Rua de Santo António dos Capuchos, 35 |1942|
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente

Nota(s): Dona Catarina de Bragança (1638-1705) morreu no Paço da Bemposta. Enterrada no real convento de Belém ou Igreja dos Jerónimos, o seu corpo foi depois trasladado para o panteão dos Braganças em São Vicente de Fora.

Friday 6 September 2024

Pátio do Pimenta

Na casa cujo piso térreo aqui se vê à dir. com o novo nº de policia «1», morou Almeida Garrett, em 1836, «na casa que fica á esquerda, entrando, com um jardinzlnho do lado de oeste, e tem o n.º 13-A. Casa pequena, mas bonita, contornada com arbustos e flores, tendo uma linda vista sobre o Tejo».

Vítor parou, resolveu esperar. A chuva caía e, envergonhado do cocheiro, tinha-se refugiado à esquina, na Calçada do Pimenta; não tirava o olhar da janela mas nenhuma mulher passava sob a vidraça da janela; e a luz, um pouco fraca, parecia ser das velas sobre o toucador. [QUEIROZ, Eça de, Tragédia da Rua das Flores, 1877]

 

Pátio do Pimenta com Rua do Ataíde que desce ao fundo, passado o arco. |1954-10|
 Na casa cujo piso térreo aqui se vê à dir. com o novo nº de policia «1», morou Almeida Garrett, em 1836, «na casa que fica á esquerda, entrando, com um jardinzlnho do lado de oeste, e tem o n.º 13-A. Casa pequena, mas bonita, contornada com arbustos e flores, tendo uma linda vista sobre o Tejo».
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente

Eça de Queiroz chamou à Rua do Ataíde «Calçada do Pimenta». No cimo desta Calçada existe, de facto, o chamado «Pátio do Pimenta», onde morou o sobrinho de Almeida Garrett, companheiro do cunhado de Eça, o conde de Resende, e participante da verdadeira tragédia da Rua das Flores com Vieira de Castro. Descobrindo este que a mulher o enganava com o sobrinho de Garrett, resolveu matá-la, o que fez sufocando-a com uma almofada.
O pátio do Pimenta, ainda hoje existente, encontrava-se aí demarcado, podendo assim concluir-se que a «Calçada do Pimenta» referida por Eça era a Rua do Ataíde, já com essa designação no tempo do romancista, à esquina da qual se localizava o andar onde Genoveva se suicidaria.

Sunday 1 September 2024

Antigo Largo de Alcântara: Ruas Prior do Crato e Maria Pia

Alcântara urbanizada não leva duzentos anos: de arrabalde fez-se cidade em fins de setecentos. Mas é lisboeta de casco e sumo. Rescende alguma coisa de um passado evocativo. Já lá não está a ponte de Alcântara com S. João Nepomuceno — recorda o ilustre Norberto de Araújo. Mas o Prior do Crato resiste no letreiro da artéria principal do bairro. 
(ARAÚJO, Norberto de, «Legendas de Lisboa», p. 143, 1943)

Originalmente, o topónimo foi aprovado como Rua Prior do Crato (Dom António) e passou a ter a grafia actual após uma decisão da reunião de Câmara de 14/12/1943. Também apesar de não constar na placa toponímica, foi o topónimo aprovado com a legenda «O Glorioso vencido da Ponte de Alcântara em 25 de Agosto de 1580»-

Antigo Largo de Alcântara: Ruas Prior do Crato e Maria Pia |1966|
Cruzamento das Ruas Prior do Crato e Maria Pia
A velha ribeira pode ter sido encanada. A vetusta ponte pode ter desaparecido, mas eis que logo outra surge, lá ao fundo, no horizonte.
Artur Inácio Bastos, in Lisboa de Antigamente

Foi pelo Edital de 07/11/1901 que parte da Estr. de Circunvalação, do lado sul da antiga ponte de Alcântara e até ao cruzamento com a Rua do Arco do Carvalhão, se passou a denominar Rua Maria Pia, mas segundo Norberto Araújo, já desde o final do séc. XIX que o povo a chamava assim.

Antigo Largo de Alcântara: Ruas Prior do Crato e Maria Pia |1949|
Largo de Alcântara [sítio da ponte de Alcântara], cruzamento das ruas Maria Pia e Rua Prior do Crato.
Estúdio Mário Novais, in Lisboa de Antigamente

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