Ora, encontramo-nos, Dilecto, no Bairro das Olarias, o que implica dizer também o sítio dos lagares. São antigos de Lisboa, estes sítios, e arrastam consigo tradições alfacinhas. [...]
«Olarias» — a palavra o diz — corresponde ao aglomerado de fabricantes de louças de barro, de que esta raiz ou encosta do Monte era fértil. Em toda a Lisboa, mais ou menos, houve sempre oleiros, pintores, cosedores, barristas, azulejistas, artistas e artífices dessa arte tão popular, tão útil e até tão poética de trabalhar o barro, fabricantes de louça vermelha, essa redondilha menor de cerâmica. Duas palavras nos bastam. [...]
Largo das Olarias [c. 1900]
Ao fundo o Castelo São Jorge
José A. Bárcia. in Lisboa de Antigamente |
Os oleiros mais célebres foram os Maias, cujo chefe (Domingos) viveu ainda no século de Camões e de D. Sebastião, e de cuja dinastia um existia há cinquenta e tal anos (1885) em actividade; cumpre citar Agostinho de Carvalho, cujo nome se evoca no dístico da Calçada (1637), e o famoso Romão Duarte, no século passado [XIX].
Presentemente, e desde há três dezenas de anos, das olarias do sitio das Olarias não restam vestígios, sendo delas uma reminiscência , aliás importante, a, já citada atrás, Fábrica da Viúva Lamego, no Intendente, que, encostada à Bombarda, fazia parte da área; em 1885 havia ainda duas ou três olarias na Calçada Agostinho de Carvalho, e que agonizavam no começo do nosso século [XX],¹
Ermida do Senhor Jesus da Boa Sorte e Santa Via Sacra [c. 1900]
Largo das Olarias
José A. Bárcia. in Lisboa de Antigamente |
A ermida do «Senhor Jesus da Boa Sorte e Santa Via Sacra» — diz mestre Castilho — foi começada em 2 de Fevereiro de 1759 e concluída em 1764. A freguesia de São Jorge instalou-se nela em 1770 e daí se transferiu, em 1798, para a ermida de Santa Rosa.
Possui um altar (lateral) único no corpo da igreja, na qual está um grande e famoso Cristo Crucificado, obra de Machado de Castro. No altar-mor há um Senhor Morto, trabalho do pintor Apolinário Pereira e do Escultor Raimundo Costa. Nos nichos laterais tem imagens de São Sebastião e de Santo António.²
Possui um altar (lateral) único no corpo da igreja, na qual está um grande e famoso Cristo Crucificado, obra de Machado de Castro. No altar-mor há um Senhor Morto, trabalho do pintor Apolinário Pereira e do Escultor Raimundo Costa. Nos nichos laterais tem imagens de São Sebastião e de Santo António.²
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Bibliografia
¹ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. VIII, pp.31-32, 1938.
² CASTILHO, Júlio de, Lisboa antiga, vol. VIII, 1937.
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