O olisipógrafo Norberto Araújo descreve do seguinte modo este arruamento da velha Alfama:
Quem fosse o Vigário que se celebra nesta velha artéria de Santo Estêvão, ignoro. À direita [esquerda na imagem], até aos Remédios, toda a rua se desdobra em prédios de dois tipos: século XVIII e século passado [XIX], estes renovados de anterior tessitura construtiva. É cheia de bizarria, policroma, aguarelada de seu natural, esta face norte da muito antiga serventia, que do lado sul, à nossa direita, beneficiou de demolições já no actual século, e que dão largueza à rua.==
(ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. X, p. 89, 1939)
Rua do Vigário [c. 1900] À esquerda, o Beco do Vigário José A. Bárcia, in Lisboa de Antigamente |
Em ternos documentais, a Rua do Vigário surge nas descrições paroquiais anteriores ao terramoto de 1755 na freguesia de S. Estêvão de Alfama e nas plantas após a remodelação paroquial de 1780, bem como em 1858 no Atlas da Carta Topográfica de Lisboa de Filipe Folque, e a partir da 2ª metade do século XIX encontra-se na documentação municipal prova de bastantes prédios a ruir nesta artéria e consequentes pedidos de reconstrução dos mesmos ou de construção de novos prédios. Encontramos ainda com data de 25 de maio de 1897 a indicação de uma propriedade a expropriar para alargamento da Rua do Vigário e um plano para o seu alargamento, da autoria do arqº José Luís Monteiro, de 7 de Julho de 1907. [cm-lisboa.pt]
Rua do Vigário [c. 1940] Ao fundo, a Rua dos Remédios Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente |
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