A igreja de Santo Estêvão — considerada «monumento nacional» (27/8/1917) — é uma reedificação do segundo quartel do século XVIII. por sua vez objecto de largo restauro depois do Terramoto (1778). na frontaria e em parte do interior. Está situada numa elevação, na qual se construiu um vasto adro amparado a uma muralha.
A paróquia de Santo Estêvão, das mais antigas e representativas de Lisboa, remonta, por noticia de um documento, a 1188; existia seguramente o templo neste lugar em 1279, possivelmente mesmo na primeira metade do século, reinado de D. Afonso II. A primitiva igreja, certamente modesta, foi reedificada em 1316 e em 1548, por efeito dos danos causados por sismos nos século XIV e XVI, e teria então sido ampliada e revestida de grandeza, pois sabe-se que ostentou cinco naves — por ventura apenas divisões teóricas demarcadas por colunas de apoio, mas que representariam largueza na traça arquitectónica.
Igreja de Santo Estêvão, frontaria |c. 1900| Num terreiro sobre o Tejo, Santo Estêvão. Panorâmica tirada do miradouro de Santa Luzia José A. Bárcia, in Lisboa de Antigamente |
Esta traça desapareceu completamente numa reedificação radical de 1788-1740,
que deu ao templo outra planta, fazendo recuar a capela-mor sobre o
troço da Rua, a Sul, ainda hoje incluído na Largo de Santo Estêvão. Além
da reconstrução posterior ao Terramoto, concluída em 1775, a qual não
lhe alterou a área nem a configuração, Santo Estêvão beneficiou de
restauros de 1888 a 1848, e de reparos já no actual século [XX].
Igreja de Santo Estêvão, fachada |1898|
Largo de Santo Estêvão
Machado & Souza, in Lisboa de Antigamente
Igreja de Santo Estêvão, fachada |1939|
Largo de
Santo Estêvão
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente
Santo Estêvão
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente
Igreja de Santo Estêvão |1944|
A traseira da capela-mor, saliente do corpo do edifício, apoiada sobre grossa cachorrada, construída em 1733-1740, e na qual, ladeando a passagem do Largo de Santo Estêvão, ao alto das escadinhas, se vê um painel de azulejo com a representação da Eucaristia, legenda latina, tirada dos Salmos, e uma data, 1723.
J. C. Alvarez, in Lisboa de Antigamente
A traseira da capela-mor, saliente do corpo do edifício, apoiada sobre grossa cachorrada, construída em 1733-1740, e na qual, ladeando a passagem do Largo de Santo Estêvão, ao alto das escadinhas, se vê um painel de azulejo com a representação da Eucaristia, legenda latina, tirada dos Salmos, e uma data, 1723.
J. C. Alvarez, in Lisboa de Antigamente
No Interior, a igreja é de forma octogonal, como as do Menino Deus, Santo Amaro, Penha de França, Santo Amaro). Assinala-se:
A Capela-mor, sector nobre do templo, toda de mármore, fazendo lembrar a da Igreja de S. Domingos, salvas as dimensões, e nela: a abóbada de aresta, em cujas faces se vêem os Evangelistas, e ao centro o símbolo da Eucaristia (factura posterior à dos Evangelistas, ou mal restaurada); o altar-mor, ostentoso, e, nele, o frontal e banqueta em embutidos florentinos; a guarnição, de duplas colunas salomónicas de mármore rosa da Arrábida, apoiadas em bases ricamente lavradas; a coroação ou remate, sobre o trono, composição escultórica, em mármore alvíssimo, que representa um Cristo crucificado ladeado por dois serafins, obra de arte pura de José de Almeida, com colaboração de Jerónimo da Costa, e que foi executada — parece — para o mosteiro de Mafra, onde chegou a estar colocada, e transferida depois para esta igreja; uma imagem de Santo Estêvão, escultura de Nicolau Pinto.
No adro da igreja eleva-se um Cruzeiro, seiscentista (que deve ter substituído um muito mais antigo), com uma legenda no soco: «Este sinal de redenção, que um de voto aqui fez pôr, pede com devoção se louve o Redentor. Pelas Almas um Padre. Nosso e uma Avé-Maria. 1669». A cruz, ao alto, não é da época; partida a antiga há uns trinta anos foi depois substituída pela que alveja agora sobre a muralha.
O Corpo da igreja, revestido de materiais nobres, cujas faces do octógono são divididas por pilastras caneladas, e nele:
O tecto, pintado a claro-escuro, sobre estuque, simulando nervuras de artesão rematadas por fecho;
O coro, apoiado em pilastras de quatro faces;
Seis capelas (três por cada lado) correspondendo a outras tantas faces do octógono (as outras duas faces correspondem ao sub-coro e ao arco da capela-mor.
O tecto, pintado a claro-escuro, sobre estuque, simulando nervuras de artesão rematadas por fecho;
O coro, apoiado em pilastras de quatro faces;
Seis capelas (três por cada lado) correspondendo a outras tantas faces do octógono (as outras duas faces correspondem ao sub-coro e ao arco da capela-mor.
A Capela-mor, sector nobre do templo, toda de mármore, fazendo lembrar a da Igreja de S. Domingos, salvas as dimensões, e nela: a abóbada de aresta, em cujas faces se vêem os Evangelistas, e ao centro o símbolo da Eucaristia (factura posterior à dos Evangelistas, ou mal restaurada); o altar-mor, ostentoso, e, nele, o frontal e banqueta em embutidos florentinos; a guarnição, de duplas colunas salomónicas de mármore rosa da Arrábida, apoiadas em bases ricamente lavradas; a coroação ou remate, sobre o trono, composição escultórica, em mármore alvíssimo, que representa um Cristo crucificado ladeado por dois serafins, obra de arte pura de José de Almeida, com colaboração de Jerónimo da Costa, e que foi executada — parece — para o mosteiro de Mafra, onde chegou a estar colocada, e transferida depois para esta igreja; uma imagem de Santo Estêvão, escultura de Nicolau Pinto.
Igreja de Santo Estêvão |c. 1900| Cruzeiro de Santo Estêvão junto da igreja com o mesmo nome. José A. Bárcia, in Lisboa de Antigamente |
No adro da igreja eleva-se um Cruzeiro, seiscentista (que deve ter substituído um muito mais antigo), com uma legenda no soco: «Este sinal de redenção, que um de voto aqui fez pôr, pede com devoção se louve o Redentor. Pelas Almas um Padre. Nosso e uma Avé-Maria. 1669». A cruz, ao alto, não é da época; partida a antiga há uns trinta anos foi depois substituída pela que alveja agora sobre a muralha.
Igreja de Santo Estêvão |1963| Cruzeiro de Santo Estêvão junto da igreja com o mesmo nome. Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente |
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. X, pp. 85-87, 1939.
id., Inventário de Lisboa, 1955.
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