Monday 14 March 2016

Café Monte Carlo

Um texto do crítico de cinema Eurico de Barros, citado por Margarida Acciaiuoli, descreve a vida no Monte Carlo, nascido em 1955
«O Monte Carlo, onde agora é a Zara, no lado direito da Av. Fontes Pereira de Melo, de quem começa a descer do Saldanha para o Marquês, era a catedral dos cafés de Lisboa, frequentado por tudo o que era «gente»: escritores e jornalistas, actores e cantores, gente do regime e da oposição, excêntricos e malucos, trabalhadores e calaceiros, don juans e maricagem, solitários e tribos em peso, e os clientes anónimos, quotidianos, sem história.

Café Monte Carlo [1977] 
Avenida Fontes Pereira de Melo
Vasques, in AML

À entrada, à direita, - depois de passar pelo porteiro fardado - era a fornecidíssima tabacaria; do lado esquerdo, havia o balcão dos bolos, da pastelaria e da bica em pé, e logo a seguir o restaurante com as grades, que foi o primeiro em Lisboa a servir comida indiana. Atracção principal: o Bife à Monte Carlo, vinham pessoas de fora para o comer - prato, molho, fatia grossa de pão de forma tostada, o bife com um ovo estrelado a cavalo e uma fatia de fiambre.
Ao fundo, a grande sala do bilhar, xadrez, damas e cavalos, e o barbeiro, onde, aos domingos, se juntavam grupos para ouvir os relatos de futebol.» (Eurico de Barros, in DN)

14 comments:

  1. Faz parte do meu imaginário em Lisboa na década de 60. Religiosamente, à noite, por ali estava...

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  2. Frequentei o Monte Carlo

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  3. Belos tempos! Ainda lá jantei! Algumas vezes!

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  4. Depois das aulas no Camões, não dava-se um salto à Monte Carlo, às quartas feiras para ouvir o Ary dos Santos. Pelo meio ouvia-se dá mesa do canto :Ary! solta um verso. O Ary olhava de soslaio é com trovante dizia:"hoje não é dia de mercado".

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  5. Saudades.E dos bons amigos.Nuno Brederodee outros.Tantas conversas de almoço nos anos 70 e 80...

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  6. Frequentei o café Monte Carlo
    Boas memórias com Herberto Helder e Luis Pinhatelli

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  7. Lembro-me bem do Monte Carlo: fui introduzido por um primo que frequentava o meio boémio-intelectual-boémio. No entanto, eu era demasiado jovem para aguentar a densidade do meio, e fui para outros pastos.

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  8. Todas as tardes o meu Pai ía lá jogar bilhar com um grupo de amigos.

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  9. Belas recordações deste café, onde passei muito tempo da minha juventude! Ora a jogar, outras vezes cortava o cabelo no barbeiro que existia ao fundo da sala.
    Trabalhava no não menos icônico Café Monumental ao lado, e nas horas de descanso ou quando regressava do Externato Almada Negreiros, era frequente ir com colegas e amigos a este saudoso Monte Carlo.

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  10. Bela recordação onde trabalhei desde o ano de72 até ao fecho trabahei alguns anos na cozinha Indiana depois na Italiana .
    .

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  11. Trabalhei no monumental...

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  12. Grandes torneios de bilhar em que tinha de mentir na idade para poder jogar, cheguei a ter um "taco" especial e ganhei algumas vezes aos "velhos" principalmente um espanhol que lá ia todos os dias o La Vega e depois uma muralha da para acabar, que saudades

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